NORMAN: THE MODERATE RISE AND TRAGIC FALL OF A
NEW YORK FIXER, USA-ISRAEL, 2107, 126 MIN., DRAMA.
ELENCO:
RICHARD GERE – NORMAN OPPENHEIMER
LIOR ASHKENAZI – MICHA ESHEL
CHARLOTTE GAINSBOURG – ALEX GREEN
Mais um filme primoroso para esta
semana. Escrito e dirigido por Joseph Cedar, que descreve o estereótipo do
“judeu que quer se dar bem em tudo”, mas essa mesma mão que machuca e
ridiculariza o acariciará. A vida desse
personagem é brilhantemente representada por Richard Gere, elogiado pela
crítica internacional. Norman é um senhor de sessenta e tantos anos, bem vestido
com seu impecável sobretudo creme, boné xadrez, óculos e fone de ouvido, sempre
ligado no seu celular, fonte de seu trabalho de pequeno lobista e faz tudo. Sua
vida é um segredo e é desprezado pela comunidade judaica local. Contudo sabe
todos os nomes importantes da cidade, seja da política ou sociedade, suas
ligações e profissões. É uma verdadeira revista de fofocas ambulante. Quando o filme começa, está tentando vender
papéis podres para um advogado, mas poucos caem em suas armadilhas.
Ocasionalmente, vê um funcionário graduado israelense e sai ao seu encalço.
Quando Micha para diante da vitrine de uma caríssima loja francesa, admirando
um par de sapatos, dá o bote. Chamando-o pelo nome tenta convencê-lo a entrar
na loja e experimentar os sapatos. Relutante, mas acompanhado de Norman, entra
e logo é levado a ver ternos, camisas e gravatas, itens que jamais poderia
comprar, mesmo que tivesse o dinheiro, pela afronta que isso representaria em
sua pátria. Norman não perde a ocasião e presenteia seu “amigo”, com os
belíssimos sapatos. Uma vez aceitos serão eternos amigos. Passam-se três anos
de amargura e Norman vê no noticiário, um par de sapatos seguindo firmemente em
frente e o dono deles, obviamente, é Micha Eshel, agora lançado a primeiro
ministro de Israel. Quando em visita aos Estados Unidos, arruma uma maneira de
cumprimentá-lo, sempre com falcatruas. É reconhecido e muito bem recebido como
seu amigo “dos sapatos caríssimos”. Uma sincera amizade nascera entre os dois e
Norman vai experimentar uma subida em sua vida, ainda que passageira. A
comunidade judaica os vira juntos e passam a tratá-lo de outra forma. Golpes
aqui e ali, conhece uma altíssima funcionária, investigadora. Ela também recebe
seu cartão e escuta suas complicadas explicações com setas e nomes por todos os lados, mostrando seus
vínculos. Isso intriga nossa querida Alex Green (Charlotte Gainsbourg). Com o
tempo o governo de Micha vai se deteriorando por conta de corrupção e favores
desonestos. Por exemplo, nosso caro Norman consegue que seu filho, péssimo
aluno, entre na Universidade de Harvard. Norman também promete um empréstimo de
sete milhões de dólares para o rabinato nova-iorquino, que seria despejado.
Tudo feito com precisão. Em certo momento, Israel não pode mais tolerar as
gravíssimas falhas de Micha e fica a espera de um depoimento, orquestrado por
Alex Green. Para isso Micha precisaria, dolorosamente, delatar seu amigo
impostor. O final é comovente, pois vemos que a amizade de Norman era muito
mais sincera e no fundo era uma pessoa bastante humana. Ótimo pelo elenco
fantástico e um roteiro muito bem tramado. Imperdível!!! Não deixe de notar os
créditos finais, estão expostos exatamente como Norman fazia suas tramas.
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