RÚSSIA, POLÔNIA, SÉRVIA, 2018, 126 MIN. DOCUDRAMA.
ELENCO:
ARTUR
BESCHASTNY – J. BRONSKY
MILAN MARIC
– SERGEI DOVLATOV
DANILA KOZLOVSKY – DAVID
Neste ótimo docudrama, Alexey
German Jr. volta para o ano de 1971 (governo Brejnev), quando está sendo
comemorado mais um aniversário da Revolução Russa, que até então não mostrara
nenhum resultado positivo para o povo. O país continua pobre e a elite
literária, musical e artes plásticas, se não forem medíocres e seguirem os padrões
do bolchevismo, não têm nenhuma chance de sobrevivência. Isso acontece com
Bronski, David e Dovlatov do título. Um escritor irônico e trabalhando com o
grande poeta J. Bronsky não terá seus manuscritos editados por ninguém em seu
país. Casado e separado várias vezes, é um homem inteligente, bonito e bom pai
para sua filha do primeiro casamento. Judeu armênio, nascido em Leningrado, não
gostaria de fugir de seu país ou ir para a prisão. Sobrevive de bicos feitos
para uma revista, mas sempre é rejeitado por suas opiniões polêmicas sobre a
União Soviética. Até no contrabando tenta atuar sem sucesso. Só sobreviviam e
ganhavam dinheiro aqueles artistas e intelectuais que se curvassem ao regime.
Sempre eram pessoas medíocres com obras totalmente dispensáveis. O longa
abrange apenas seis dias de sua vida, durante os feriados da revolução, quando
perambula por bares de artistas decadentes, ouvindo jazz e rock e por becos da
cidade. Ganhou premio na Berlinale deste ano e está sendo disputado a tapa
pelas distribuidoras, uma vez que serve como contrapropaganda do que ocorre nos
dias de hoje com Putin e seu governo. Dovlatov sofre muito, mas não se rende às
mentiras e tampouco tem a intenção de mudar de opinião. Acaba partindo para os
Estados Unidos com a ex-mulher e filha. Morre com apenas 48 anos de idade sem
ter ideia de que seria um dos autores mais editado, lido e famoso de seu país.
A reconstituição de época, figurinos e atuação são perfeitos. Absolutamente
imperdível para quem gosta de literatura e história.
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