sexta-feira, 12 de junho de 2009

DUPLICIDADE de TONY GILROY






Esse suspense de Tony Gilroy critica a, cada vez mais usada, espionagem industrial. Ray (sexy Clive Owen) é o dissimulado e ardiloso agente da inteligência britânica. Claire (linda Julia Roberts) trabalha como espiã da CIA, uma mulher astuta, sedutora e sempre um passo a frente de qualquer outra pessoa. A ótima química entre esse casal nos conduzirá a uma longa trama leve e cheia de adivinhações por 125 minutos. O filme começa em Dubai, em 2003 até nossos dias. Lá eles se conhecem, ainda como operadores secretos. Depois de seduzi-lo com constantes negativas, e não o contrário, eles passam uma noite juntos e Claire escapa levando um envelope com importantes documentos. Após essa cena, vemos dois executivos maduros aos socos, sob uma fina chuva, no hangar de um aeroporto, para perplexidade dos passageiros que desciam da aeronave. Esses ótimos quatro personagens comporão a linha condutora do filme. Ele é feito em flashbacks de tempo e países, para que se conheça a estória dos principais protagonistas. Na verdade, querem deixar seus postos no governo e partir para uma vida mais glamourosa e milionária, trabalhando para grandes corporações como espiões industriais. Pinçam duas grandes empresas do mesmo ramo, cosméticos e produtos de limpeza, e vendem as informações obtidas como agentes duplos. Claire trabalha para o megaempresário Howard Tulley (Tom Wilkinson em excelente desempenho) e Ray para o rival ardiloso e sem escrúpulos Richard Garnsik (convincente Paul Giamatte) dono da Equikrom. Um espetacular produto será lançado no mercado e as duas associações saem a campo para descobrir do que se trata e lançá-lo em primeiro lugar. Entre os encarregados dessa espionagem estão nossos heróis. A dupla sempre se supera e não sabemos bem se estão juntos ou disputando por si só. É uma tarefa absorvente para a audiência seguir seus passos e a câmara veloz do diretor que não para de se locomover. A pergunta que fica é se os dois realmente se amam; percorrendo toda a narrativa. DUPLICIDADE é o que ocorre até o final inesperado, quando todos os pontos se convergem. É um filme inteligente, mas para algumas pessoas também um pouco cansativo com tantos percalços. Vale a pena pelo desempenho delicioso de Julia Roberts e Owen e dos principais atores coadjuvantes.

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