sábado, 13 de junho de 2009

INTRIGAS DE ESTADO






INTRIGAS DE ESTADO de KEVIN MACDONALD


Este suspense dirigido pelo escocês MacDonald é de tirar o fôlego, assim como DUPLICITY em cartaz. Ambos têm como roteirista Tony Gilroy. O diretor, entre diversas coisas, enfoca principalmente as crises pelas quais passam os jornais impressos nos Estados Unidos e o serviço de segurança. Para não falirem usam de qualquer subterfúgio, mesmo o da notícia sem consistência ou credibilidade. Aqui temos uma estória que é o oposto, os jornalistas fazem questão da confiabilidade das fontes e da justiça, trabalhando sempre com a polícia como fonte de informações, mas muitas vezes sonegando-as para os policiais envolvidos. Na primeira cena, vemos um acidente, à noite, e um garoto negro correndo desesperado, até ser friamente assassinado por um homem branco. Logo após, passa um garoto branco em uma bicicleta, que também é morto pelo mesmo homem, que foge com uma pasta prateada consigo. Nesse ínterim uma esplêndida ruiva jovem, que está esperando o trem do metrô na estação morre. Suicídio? O repórter veterano Cal McAffrey (ótimo Russel Crowe), de cabelão esparramado, está em seu carro velho e sujo, dirigindo-se para o local do primeiro acidente. Essas são as primeiras cenas mais fáceis de se compreender, pois o ritmo do filme será frenético e confuso. As três mortes, que parecem ser isoladas, vão ter uma grande correlação. O menino negro é traficante de drogas, o rapaz, entregador de pizza, e a jovem é assessora do senador republicano Stephen Collins (Ben Affleck). Bonitão e em plena ascensão política, investiga uma firma terceirizada, a qual cuida da segurança para o Pentágono. Ocorre que a jovem assassinada era amante do senador, que por sua vez é amigo de infância do repórter Cal, o qual já namorara sua mulher traída. Bom começo não? Russel irá dividir essa reportagem com um jovem novata do Washington Globe, Della (Rachel McAdams), que escreve um blog para o jornal. Os fatos vão se interligando até chegarem à empresa terceirizada, PointCorp, uma enorme corporação, formada por ex-oficiais do exército, e que envia soldados para o Afeganistão e Iraque, envolvendo uma verdadeira fortuna em dinheiro. Existe ainda o relações públicas mau caráter Dominic Foy (ótimo James Bateman). MacDonald explora muito bem o caráter bisbilhoteiro, com que os americanos perseguem a vida amorosa de seus representantes, e o senador é um prato cheio para isso. Os conflitos entre amizade e trabalho, verdade e mentira, fidelidade, traição e principalmente conspiração são fatores a serem discutidos nessa película. Ganhadora do Oscar Helen Mirren como Cameron, a editora estressadíssima do jornal fará de tudo para não perder esse caso e vender mais jornais do que os concorrentes, para manter o Washington Globo sem falir, já que a via on-line vai muito bem. O quarto final do filme é interessante, terminando com as grandes bobinas de papel sendo impressas e os jornais sendo colocados para a distribuição. Esse filme como o Duplicity é para quem gosta de muita ação e não tem preguiça de prestar atenção no enredo bastante rápido e intrincado. Vale a pena conferir.

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