sábado, 28 de novembro de 2009

JULIE & JULIA DE NORA EPHRON










Elenco
Maryl Streep como Julia Child
Amy Adams como Julie Powell
Stanley Tucci como Paul Child
Chris Messina como Eric

Maryl Streep, neste delicioso filme, está simplesmente genial. É uma atriz para qualquer papel, pois aqui incorpora Julia Child, um sucesso da televisão americana, em um programa de culinária francesa nos anos sessenta. Era uma mulher de 1,88 m, matrona, bem resolvida e dona de uma voz muito aguda e quase desagradável. A comédia biográfica começa na França, em 1949, quando os Childs foram morar em Paris. Paul trabalhava na embaixada americana, morando na China, e levara sua mulher para viverem na França por quatro anos. Ela está absolutamente deslumbrada com tudo. Seguimos para 2002, quando uma jovem nova-iorquina muda-se com o marido para um apartamento muito simples no Queens (pos-2001). Julie Powell está frustrada por não gostar do atual emprego público e sua única distração é cozinhar. Estimulada pelo marido, decide ter um blog onde testará todas as 524 receitas de sua musa, Julia Child. Deste modo, baseado nos livros de Julia e Julie a roteirista e diretora Nora Ephron nos oferece uma história interessante sobre a arte de cozinhar e bons casamentos, sem que nunca encontremos as duas Julias juntas. Julia era uma americana típica de classe média alta, pragmática, feliz e muito bem humorada, casada com Paul, que simplesmente a adorava. Ela está cansada da rotina em que se envolve e decide ter uma profissão. Depois de alguns tropeços, vai fazer o que mais gostava: comer e cozinhar. Seu ponto de vista é diferente do atual, onde se privilegia a comida saudável. Não. Julia e seu marido adoravam manteiga, vinho e tudo que a típica comida francesa pode nos oferecer. Para realizar-se escolhe nada menos do que a famosa academia Le Cordon Bleu, tradicional reduto de homens. Sendo competitiva logo se destaca como aluna nota 10. Entusiasmada com seu progresso, conhece duas francesas que querem editar um livro sobre cozinha francesa para americanas e a convidam para juntar-se a dupla. Logicamente aceita e aconselha as amigas que as receitas fossem para donas de casa sem empregados (servantless?), portanto deveriam ser realizáveis para todas. Seu sucesso é garantido, pois além do amor que dá e recebe de seu marido, possuía uma personalidade que cativava e animava a todos. Nem sequer percebia que os franceses não eram simpáticos, pois simplesmente não se deixava derrotar. O livro demora oito anos para ser escrito e publicado, pelo número enorme de receitas que poderiam ser divididas em diversos tomos. Nossa contemporânea Julie tinha algumas coisas em comum com ela: gostava de comer e cozinhar e era muito bem casada. Ambas não se deixavam abater facilmente e Julia passa a ser sua inspiração de vida. Julie vive, fala, pensa e se veste como Julia Child. Impõe-se um período de um ano para testar todas as receitas do livro e ir publicando em seu blog todas as dificuldades encontradas para fazê-las. Logo tornar-se uma celebridade entre seus seguidores. Depois de muito suor, decepções e lágrimas, como a famosa Julia Child, ela também é convidada a publicar um livro, alcançando o sucesso tão desejado. No final sabemos que Julia Child morreu aos 94 anos e que Julie Powell ainda morava no Queens, mas não mais em cima de uma Pizzaria. Filme leve e principalmente otimista, abordando um tema bem atual que é a arte de cozinhar e ensinando pessoas a serem felizes com os dons que possuem sem grandes elucubrações inviáveis. Os quatro atores principais são muito bons, mas sem dúvida alguma Meryl Streep brilha muito mais e é tudo no filme... E quem sabe não será indicada para o Oscar de melhor atriz?

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