sexta-feira, 20 de novembro de 2009

UM NOIVO PARA MINHA MULHER de JUAN TARATUTO







Adrian Suar como Tenso
Valeria Bertucelli interpretando muito bem Tana Ferro

Esta comédia despretensiosa torna-se um filme que você terá o que pensar. Tenso e Tana são casados há algum tempo e a união encontra-se em crise. Jovens, com seus trinta e poucos anos, não encontram diálogo e nenhum ponto em comum na relação. Ele parece ser centrado, mas Tana mostra-se descontrolada, mal humorada e infeliz. Sendo uma mulher inteligente, mas sem nenhuma atividade intelectual preocupa-se, principalmente, com o pessimismo, achando tudo o mais uma vulgaridade. Até certo ponto está certa, pois suas relações não têm nada para lhe oferecer e ela não está trabalhando. O marido ajuda os pais em seu comércio e tem como hobby o futebol de salão, onde compartilha com seus amigos anseios e dificuldades. É um grupo unido e machista, como quase todos sul americanos. Preocupados com as dificuldades de Tenso, aconselham-no a se separar, mas esse homem não consegue dizer as palavras mágicas que trariam sua liberdade. Ocorre que um deles lembra-se de um famoso galanteador profissional, que se acha escondido pelas inúmeras trapaças, esse seria a salvação. Seduzindo sua mulher, encontrará o caminho aberto para a felicidade. O encontro entre os homens ocorre e tudo fica devidamente planejado e aceito. Tana precisaria achar um trabalho, pois não saia de casa e para se encantar por Cuervo teria que se expor e sustentar as conseqüências dessa atitude. Ela e o marido, deixemos bem claro. Essa exposição é tremendamente benéfica e Tana transforma-se em outra mulher - mais confiante, amadurecida e com o amor próprio despontando. Durante esse processo de mutação, Tenso vai perdendo sua convicção e todos parecem começar a admirar aquela pessoa nociva e deprimida, que vai se desabrochando em uma mulher verdadeira. O filme conta com flashbacks (os eternos) para nos posicionar melhor, pois o ponto de partida é o encontro dos dois em um consultório psiquiátrico. À medida que suas histórias vão sendo reveladas, os protagonistas passam a vê-las sob o ponto de vista do outro. Em poucas palavras, eles simplesmente não dialogavam. O final é mais ou menos o esperado, mas o processo pelo qual ele transcorre é divertido e saudável. Os atores são bons, mesmo os coadjuvantes e para quem conhece a cultura portenha é muito divertido e real. Direção bem acertada e terceiro longa do jovem diretor.

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