segunda-feira, 15 de novembro de 2010

MINHAS MÃES E MEU PAI DE LISA CHODOLENKO





THE KIDS ARE ALL RIGHT (EUA, 2010) 106 minutos
ELENCO:
Annete Bening – Nic
Julianna Moore – Jules
Mia Wasikowska – Joni
Josh Hutcherson – Laser
Mark Ruffalo – Paul

Esta ótima comédia dramática tem a direção segura da americana Lisa Chodolenko, nascida em 1964, Califórnia, diretora, escritora de cinema e televisão. Esse é seu quarto longa. O inteligente filme foca uma família muito bem estruturada formada por duas lésbicas, Nic, médica obstetra e pragmática e Jules, arquiteta que nunca exerceu sua profissão, ficando com a direção da educação dos filhos e da casa. Um típico casal que poderia bem ser heterossexual. Nic é a chefe da casa, trabalhando duro e resolvendo os problemas mais graves e Jules é encantadora e paciente, mas também frustrada por não trabalhar com um projeto definitivo, no que é mais ou menos incentivada pela companheira. Tudo vai bem com as crianças (The Kids are all Right), que sabem que foram frutos dos óvulos das mães com um mesmo doador de espermas, Paul, que na época tinha 19 anos e era bonito, sadio e estudando Relações Internacionais. Ocorre que o mais jovem, Laser, é adolescente e quer conhecer a sua origem paterna. Sua irmã, a inteligente e estudiosa Joni, tem 18 anos, só tira A levels e irá dentro de pouco tempo sair de casa para estudar em uma universidade. Com essa idade pode encontrar a origem de seu pai, agora um homem maduro e dono de um restaurante natural, preocupado com o meio-ambiente. Ele é solteiro e até certo ponto irresponsável. Ao conhecer seus filhos fica absolutamente encantado com eles e logo surge um relacionamento quase diário entre os três, o que não agrada nem um pouco Nic, uma mulher que sabia o que queria e via um perigo para sua família com essa intromissão. Jules, mais carente, gosta do rapaz e entre eles rola um clima amoroso, já que ela está projetando o seu jardim. As coisas vão tomando um caminho muito rápido, pondo a relação das duas mulheres em perigo. Paul encantara-se com Jules. Nic percebe e vai atrás do possível desastre. Os filhos vão sendo arrastados pelos acontecimentos e uma séria desavença entre os quatro emerge. Apesar das muitas risadas, o filme é pontilhado por diálogos muito competentes e verdadeiros entre esses personagens tão humanos. No terço final, tem-se a impressão de que as coisas não voltarão mais ao lugar, mas o amor e a cumplicidade do casamento fala mais alto e o fim é bastante crível e alinhado. Esse filme mostra com honestidade e sem apelações um relacionamento entre lésbicas, que, diga-se de passagem, é muito carinhoso. Os problemas e soluções encontrados por essas duas mulheres são adaptáveis a qualquer tipo de relação de uma família contemporânea, onde essas ocorrências são cada vez mais comuns. Essa diretora recebeu muitos aplausos por seu filme e provavelmente ganhará algum prêmio. Indicado para qualquer opção sexual. Ótimo.

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