segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A VIDA DURANTE A GUERRA DE TODD SOLONDZ









LIFE DURING WARTIME, ESTADOS UNIDOS, 2009 98 minutos
ELENCO:
Shirley Henderson - Joy
Allison Janney – Trish
Alley Sheedy
Dylan Riley Snyder – Timmy
Ciarán Hinds – Bill
Michael Lerner – namorado de Trish
Chris Marquette - filho mais velho

Esse impressionante filme do diretor judeu-americano, nascido em 1959, Todd Solondz é quase um soco no estômago. Famoso por seus trabalhos que satirizam e provocam a classe média americana, como o premiado Felicidade, A Vida Durante a Guerra não é diferente. Focado no judaísmo e suas complexidades de religião, sucesso e culpa, ele faz um paralelo entre a guerra terrorista e o ato de perdoar e esquecer. O filme começa com personagens singulares, em atitude e aparência, e assim vai até seu final. Trish está separada do marido Bill, um pedófilo que se comprazia em molestar crianças e espionar os amigos de seu primogênito, agora cursando antropologia na universidade. Ele está saindo da prisão depois de anos e tentará inserir-se na sociedade. Sua mulher tem mais dois filhos pequenos em casa, um garoto de 13 anos, prestes a comemorar o barmitzvah e uma garotinha. Longe do marido, encontra um homem, também judeu e divorciado, com quem matem um relacionamento amoroso “normal” e está feliz por tê-lo como exemplo para os filhos. Ocorre que Timmy, em plena puberdade, está confuso com sua sexualidade e responsabilidade, querendo ter certeza de que não é gay, pois fora zombado na escola. Sua mãe conversa sobre intimidades impróprias com ele, mas isso não o assusta. Bill vai à procura do filho mais velho para esclarecer seu distúrbio e inadequação, depois desaparece. Para o jovem Timmy parece ser mais correto simplesmente ESQUECER-SE das violências do que PERDOAR E NÃO ESQUECER JAMAIS. São diálogos difíceis que permeiam as falas dos personagens. Timmy é o personagem mais aguçado dessa história. Finalmente, temos a desconcertante tia Joy, que trabalha na recuperação de assassinos e estupradores, sempre dialogando cheia de culpas, com amores passados e já mortos. O novo amor de Trish, apesar de compreensivo e um homem mais velho, comete uma gafe com Timmy e se vê em uma situação muito delicada. As cores e cenários do drama lembram os plastificados anos sessenta. Ótimo filme para quem aprecia situações conflituosas, soluções difíceis e reflexão.

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