segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

NA TERRA DO AMOR E DO ÓDIO DE ANGELINA JOLI



IN THE LAND OF BLOOD NA HONEY,EUA/2011, 127 MIN., DRAMA

ELENCO:

ZANA MARJANOVIC – ARTISTA PLÁSTICA

BORIS LER – CORONEL

Angelina Joli tem um belíssimo trabalho neste drama, talvez por ser considerada durona e principalmente talentosa. Esse é um filme humanista e aterrador, mesmo, pois denuncia todas as atrocidades cometidas contra os bósnios, quando da dissolução da ex-Iugolávia, sob o ditador Tito e a formação de países independentes. Os sérvios, a fim de se vingarem dos bósnios, os atacam sem a menor piedade ou discernimento. As imagens de Angelina Joli são apavorantes, demonstrando o que passaram todas as mulheres bósnias e suas famílias nas mãos daqueles soldados. Foi o maior conflito armado, com maior número de vítimas desde a Segunda Guerra Mundial, na Europa. Para essa viagem ao passado próximo, ela escolhe um casal de etnias diferentes, que viviam em harmonia até a guerra começar. As primeiras cenas mostram a linda Zana Marjanovic, pintando um autorretrato e depois seguindo para uma casa de dança, onde encontraria seu recente namorado, um jovem sérvio que era coronel. Logo em seguida uma bomba explode o lugar, mas eles sobrevivem e ajudam a cuidar dos feridos e mortos. Os dois são introspectivos, mas parece que irão ter uma convivência amorosa intensa. Depois disso os bósnios são obrigados a deixar suas casas, com a roupa do corpo. Ajla vai parar em um local onde será prisioneira e cuidará, junto com outras jovens, dos oficiais. Ela vira prisioneira de seu próprio namorado. A princípio isso o desagrada, pois não queria ser soldado,  mas é obrigado pelo pai, um general durão, um dos pais da pátria. Ela será sua protegida, mas as decorrências dos acontecimentos funestos faz com que os dois passem a desconfiar um do outro, por deveres patriotas. Ele é obrigado pelo general a ser mais profissional e o coronel depois de matar a primeira pessoa, que relutara tanto, passa a encarar isso com naturalidade e um quê de satisfação. Danjel é obcecado por Ayla e nunca desistirá dela, fazendo sexo e a amando. Ela retribui o sentimento, mas com remorso, pois sua família e amigas não tinham este privilégio e eram constantemente violentadas pelos sérvios. Essas são as piores cenas e as que Joli quer enfatizar, pois são brutalidades contra as mulheres. No terço final o general toma conhecimento do relacionamento deles e obriga que ela pinte um retrato dele; enquanto ela passa o pincel na tela, esse homem duro conta-lhe sobre sua origem humilde e o massacre de sua família inteira pela etnia mulçumana bósnia. O final é traumático, mas Joli, que dirigiu, roteirizou e produziu o filme não teria outra opção.

 

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