AUGUSTINE, FRANÇA, 2012, 13 MIN. DRAMA
ELENCO:
VICENT
LINDON – JEAN-MARIE CHARCOT
SOKO –
AUGUSTINE
SOPHIE CATTANI – SRA. CHARCOT
Este belo drama da diretora
francesa Alice Winocour aborda, com muito critério e bom gosto, um tema
bastante discutido no século XIX, a histeria feminina, um exagero de emoções
que culminava em um ataque, onde a mulher, geralmente jovem, retorcia-se
chegando muitas vezes à paralisia, tosse, rigidez, falta de sensibilidade, vômitos
e outros sintomas extremamente dolorosos e depreciados pela sociedade impiedosa
com essas mulheres. Homens tinham “obsessões” e mulheres “histeria” Muitas
dessas mulheres foram queimadas vivas, na Idade Média, pela certeza de estarem
possuídas ou enfeitiçadas. Charcot (1825-1893), no século XIX, resolveu por fim
neste mito e, na escola onde era professor de neurologia, decide estudar
profundamente essa “doença” através do hipnotismo e desenhos, que mais tarde
foi mudada para “sintomas” e exaustivamente discutida por Freud. Esse hospital
escola estava repleto de jovens histéricas, quando, em 1885, chega Augustine,
uma bela jovem saudável de 19 anos e sem menstruar, que não sabia ler ou
escrever, mas trabalhava em uma residência de ricos senhores, e era alegre,
inteligente e vaidosa. Ela estava tendo esses ataques há poucos meses e foi
levada pela prima ao hospital, onde ficou internada, pois o acometimento fora
tão grande que fechara seu olho direito. Charcot, ao ver sua pálpebra cerrada,
interessa-se muito pelo caso e passa a pesquisá-lo com todo afinco, pois a
considera uma paciente exemplar. Ela praticamente torna-se sua cobaia, apesar
da grande compreensão e carinho entre eles, existe, inclusive, uma dualidade se
haveria surgido algum amor entre paciente e médico, pois sua ascensão sobre ela
tournou-se grande. A principio são testados vários métodos com ponto de partida
cerebral. Sua mulher fica um tanto enciumada com a dedicação, mas promove o que
pode para que ele se realize com a pesquisa. O guarda-roupa é belo e as
reuniões médicas e seus estudos são quase um circo, cercados de intelectuais
por todos os lados que o aplaudem nas apresentações. Augustine, consegue ser
tratada com sucesso, e no final, perto dele ter uma grande ajuda financeira
governamental para sua instituição, é da maior valia a mostra de toda sua gratidão
ao médico. A jovem diretora e roteirista mostra-se bastante hábil nesse
primeiro longa, não deixando nunca resvalar no ridículo que as situações
poderiam ter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário