quarta-feira, 3 de julho de 2013

AUGUSTINE DE ALICE WINOCOUR



AUGUSTINE, FRANÇA, 2012, 13 MIN. DRAMA

ELENCO:

VICENT LINDON – JEAN-MARIE CHARCOT

SOKO – AUGUSTINE

SOPHIE CATTANI – SRA. CHARCOT

Este belo drama da diretora francesa Alice Winocour aborda, com muito critério e bom gosto, um tema bastante discutido no século XIX, a histeria feminina, um exagero de emoções que culminava em um ataque, onde a mulher, geralmente jovem, retorcia-se chegando muitas vezes à paralisia, tosse, rigidez, falta de sensibilidade, vômitos e outros sintomas extremamente dolorosos e depreciados pela sociedade impiedosa com essas mulheres. Homens tinham “obsessões” e mulheres “histeria” Muitas dessas mulheres foram queimadas vivas, na Idade Média, pela certeza de estarem possuídas ou enfeitiçadas. Charcot (1825-1893), no século XIX, resolveu por fim neste mito e, na escola onde era professor de neurologia, decide estudar profundamente essa “doença” através do hipnotismo e desenhos, que mais tarde foi mudada para “sintomas” e exaustivamente discutida por Freud. Esse hospital escola estava repleto de jovens histéricas, quando, em 1885, chega Augustine, uma bela jovem saudável de 19 anos e sem menstruar, que não sabia ler ou escrever, mas trabalhava em uma residência de ricos senhores, e era alegre, inteligente e vaidosa. Ela estava tendo esses ataques há poucos meses e foi levada pela prima ao hospital, onde ficou internada, pois o acometimento fora tão grande que fechara seu olho direito. Charcot, ao ver sua pálpebra cerrada, interessa-se muito pelo caso e passa a pesquisá-lo com todo afinco, pois a considera uma paciente exemplar. Ela praticamente torna-se sua cobaia, apesar da grande compreensão e carinho entre eles, existe, inclusive, uma dualidade se haveria surgido algum amor entre paciente e médico, pois sua ascensão sobre ela tournou-se grande. A principio são testados vários métodos com ponto de partida cerebral. Sua mulher fica um tanto enciumada com a dedicação, mas promove o que pode para que ele se realize com a pesquisa. O guarda-roupa é belo e as reuniões médicas e seus estudos são quase um circo, cercados de intelectuais por todos os lados que o aplaudem nas apresentações. Augustine, consegue ser tratada com sucesso, e no final, perto dele ter uma grande ajuda financeira governamental para sua instituição, é da maior valia a mostra de toda sua gratidão ao médico. A jovem diretora e roteirista mostra-se bastante hábil nesse primeiro longa, não deixando nunca resvalar no ridículo que as situações poderiam ter.

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