segunda-feira, 16 de setembro de 2013

FERRUGEM E OSSO DE JACQUES AUDIARD



DE ROUILLE ET D’DOS, FRANÇA/2012, 120 MIN., DRAMA
ELENCO:
MARION COTILLARD - STÉPHANIE
MATTHIAS SCHOENAERTS - ALAIN
CÉLINE SALLETTE


Indicado para o Globo de Ouro de 2013 como melhor filme estrangeiro e melhor atriz dramática,  Marion Cotillard de Piaf, este ótimo filme revela Matthias como um ótimo ator. O feliz diretor conta uma história incomum de superação e redenção. O filme começa com Cotillard, sem emprego e seu filho de 5 anos em suas costas tentando chegar ao Sul da França para recomeçar uma vida.  De carona e comendo restos de comida vai morar com sua irmã Ana, que vive em uma região muito pobre e é apenas caixa de supermercado. A situação familiar é tão desastrosa, que ela precisa pegar os produtos vencidos que seriam jogados fora no estabelecimento para comer. Apesar dessa situação ela acolhe o irmão e praticamente adota o sobrinho que está desnutrido e sem escola. Alain é frio, tosco e sem regras, porém um homem que consegue mostrar que no fundo tem solidariedade. Para viver trabalha como vigia e pratica lutas clandestinas, ajudando no orçamento familiar. Uma história paralela nos é apresentada. A jovem treinadora de baleias, Stéphanie, sofre um acidente em uma demonstração e está mutilada e deprimida. Esses dois personagens se encontram e ele, um homem sem preconceitos, ajuda a jovem a superar suas angustias como um parceiro sexual sem nenhuma possibilidade de ser fiel. Ela vai se envolvendo com ele, mas de outra forma e daí surge a beleza do filme. Após a perda de emprego da irmã de Alain, por sua causa, ele dá uma reviravolta em sua vida, isso já no meio do filme. Daí para frente o ritmo é outro como também o desenrolar da trama. Superação desses dois personagens que em suas fragilidades encontram a força do outro para uma vida mais feliz. Imperdível e violento, mas nem por isso deve deixar de ser visto, pois o final compensa qualquer expectativa. Marion tem um desempenho magnífico, mas a surpresa é o jovem belga Matthias, que atua com excelência e foi escolhido como ator revelação de 2013 na premiação do César. O d’os do título refere-se aos ossos da mão que nunca poderão ser realmente curados. A dor sempre estará presente.

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