terça-feira, 3 de setembro de 2013

O VERÃO DO SKYLAB DE JULIE DELPY

LE SKYLAB, FRANÇA, 2011, 113 MIN. COMÉDIA.
ELENCO: 
JULIE DELPY
BERNARDETTE LAFONT
EMMANUELLE RIVA
A atriz de Antes da Meia-Noite, Julie Delpy, foi muito feliz ao dirigir e transformar lembranças de sua infância,  verão de 1979, em uma interessante história da vida privada francesa daquela época, com seus costumes e hábitos. O ponto de vista é da fofíssima e inteligente Albertine (Lou Alvarez) que faz o papel de Julie aos 11 anos. O filme começa e termina com uma família de 2 filhos tentando arranjar lugares próximos em um trem, mas eles desaparecem por um longo tempo até chegar o final. Os pais de Albertine e todos os filhos de uma senhora que fará 67 anos, estão seguindo para o litoral a fim de festejar seu aniversário. Como tem 5 filhos, vários netos e um irmão que mora com ela a festa é uma verdadeira delícia, pois teremos diferentes idades entre as crianças e adolescentes, com suas dúvidas, curiosidades e descobrimento do sexo, que para os pais franceses não é nenhum tabu. Falam abertamente em frente deles, que assimilam as informações com naturalidade. Como toda família, há os que se dão muito bem e os que não conseguem parar de discutir. Com os menores não é diferente, principalmente porque o primo, adolescente de 17 anos, pensa que já é homem malandro e faz pose para eles. Depois do almoço bem conturbado, todos resolvem ir à praia e teremos outra rodada de cenas inusitadas, pois ao lado ficava uma reserva de nudismo e a curiosidade passa pelos adultos e pequenos. Um bailinho com música disco para a criançada é um dos pontos altos do filme. Julie também nos mostrará seu tio com trauma pós Segunda Guerra Mundial e seus irmãos e cunhados que também participaram de guerras com colônias francesas.  Observamos os costumes, o que era importante nesse período, como o título, pois a nave espacial Skylab caiu na Austrália, mas sua rota incluía a França. A mãe de Abertine tinha pavor que esse projetil os matasse. É uma comédia divertida, leve e que mostra muito bem o que seria uma típica família francesa da época. E por falar em família, no final as pessoas que desapareceram no começo são Albertine, adulta e descolada como a mãe, seu marido e os dois filhos do casal. Finalmente estão sentados juntos, graças ao pragmatismo dela. Roteiro familiar, mas por isso mesmo muito original, sendo que a vida é sempre mais interessante do que qualquer ficção. Imperdível. Esse é o quarto longa da atriz-diretora.


Nenhum comentário: