LE SKYLAB, FRANÇA, 2011, 113 MIN. COMÉDIA.
ELENCO:
JULIE DELPY
BERNARDETTE LAFONT
EMMANUELLE RIVA
A atriz de Antes da Meia-Noite,
Julie Delpy, foi muito feliz ao dirigir e transformar lembranças de sua
infância, verão de 1979, em uma
interessante história da vida privada francesa daquela época, com seus costumes
e hábitos. O ponto de vista é da fofíssima e inteligente Albertine (Lou
Alvarez) que faz o papel de Julie aos 11 anos. O filme começa e termina com uma
família de 2 filhos tentando arranjar lugares próximos em um trem, mas eles
desaparecem por um longo tempo até chegar o final. Os pais de Albertine e todos
os filhos de uma senhora que fará 67 anos, estão seguindo para o litoral a fim
de festejar seu aniversário. Como tem 5 filhos, vários netos e um irmão que
mora com ela a festa é uma verdadeira delícia, pois teremos diferentes idades
entre as crianças e adolescentes, com suas dúvidas, curiosidades e
descobrimento do sexo, que para os pais franceses não é nenhum tabu. Falam
abertamente em frente deles, que assimilam as informações com naturalidade.
Como toda família, há os que se dão muito bem e os que não conseguem parar de
discutir. Com os menores não é diferente, principalmente porque o primo,
adolescente de 17 anos, pensa que já é homem malandro e faz pose para eles.
Depois do almoço bem conturbado, todos resolvem ir à praia e teremos outra
rodada de cenas inusitadas, pois ao lado ficava uma reserva de nudismo e a
curiosidade passa pelos adultos e pequenos. Um bailinho com música disco para a
criançada é um dos pontos altos do filme. Julie também nos mostrará seu tio com
trauma pós Segunda Guerra Mundial e seus irmãos e cunhados que também
participaram de guerras com colônias francesas. Observamos os costumes, o que era importante
nesse período, como o título, pois a nave espacial Skylab caiu na Austrália,
mas sua rota incluía a França. A mãe de Abertine tinha pavor que esse projetil
os matasse. É uma comédia divertida, leve e que mostra muito bem o que seria
uma típica família francesa da época. E por falar em família, no final as
pessoas que desapareceram no começo são Albertine, adulta e descolada como a
mãe, seu marido e os dois filhos do casal. Finalmente estão sentados juntos,
graças ao pragmatismo dela. Roteiro familiar, mas por isso mesmo muito
original, sendo que a vida é sempre mais interessante do que qualquer ficção.
Imperdível. Esse é o quarto longa da atriz-diretora.
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