CAPTAIN
PHILLIPS, EUA/2013, 134 MIN. DOCUDRAMA
ELENCO:
TOM HANKS –
CAPITÃO PHILLIPS
BARHAD ABDI
– MUSE, O MAGRO
FAYSAL
AHMED – NAJEE
MAHAT M.
ALI - ELMI
CATHERINE
KEENER – ESPOSA DO CAPITÃO
Esse espetacular docudrama
dirigido pelo inglês Greengrass é um dos melhores filmes do ano. Seu pai era da marinha mercante e seu irmão é
historiador. Somando todos esses fatos e ao seu sucesso em Voo United 93 e A Supremacia Bourne temos, agora, um filme arrepiante
e revelador do estado em que se encontra a Somália, depois de anos de guerra
civil e domínio de corruptos que obrigam seus pescadores desnutridos a
tornarem-se piratas ferozes, apesar da subnutrição, no ano de
2009. O que conta, aqui, é a sobrevivência, pois ao contrário seriam mortos em
seu próprio país. O filme começa com o
capitão se preparando cuidadosamente para mais uma viagem perigosa à África,
levando alimentos para esses povos, inclusive os somalis, por serem águas
altamente pirateadas. Para alguns países prejudicados por acordos comerciais e
por receberem esgoto dos grandes navios, tornaram-se paupérrimos, com os
melhores trechos de suas águas exclusivas para pesca das nações ricas e
ficando com peixes miúdos e sem valor. Philiphs sabe desses problemas e
tenta manter um foco de precisão para evitá-los e, quando de sua partida em
direção ao Chifre da África. Conversa com sua esposa sobre a família e a
preocupação com um dos dois filhos que não queria estudar. Ao mesmo tempo vemos
os magérrimos somalis tomando as mesmas decisões, porém em sentido contrário,
pois queriam atacar um navio que viajasse sozinho, grande e com carga valiosa.
No radar identificam o cargueiro Maersk Alabama e dois grupos de quatro rapazes é escolhido para fazer a abordagem.
Não levam comida, mas ervas para mascar e dar maior lucidez. Impensável pela
disparidade de tamanho e tecnologia, os somalis armados de rifles AK-47 e nada
mais, vão para cima do navio mercante, mas são obrigados a voltar, pois o motor
de sua pequena embarcação de madeira falhara, mas não pensam em desistir, pois
seria impensável voltar sem nada. No retorno o imprevisível acontece, dois
jovens e um adolescente se aproximam do navio e conseguem desembarcar no
convés, deixando a tripulação apavorada, uma vez que estavam desarmados. Escondendo-se
na casa de máquinas, somente os três rapazes e o capitão com seu auxiliar irão
começar a mais eletrizante mediação. O líder, o espetacular Barkhad Abdi, na
pele de Muse, o Magro, sabe o que faz e exige o máximo de diplomacia do
experiente capitão que poderia ser seu pai. São momentos longos e tensos, pois
eles a princípio levam vantagem contando com a lei da sobrevivência e não ter nada
a perder. Aos poucos o drama se intensifica de tal maneira que a Marinha dos
Estados Unidos é forçada a entrar em ação. Fica a desproporção do navio e todo
o auxílio dos americanos, por terra e ar e uma casquinha de nós cor de laranja,
onde acabam ficando os jovens que levam como refém o capitão. Trechos de
diálogos muito curtos, mas derradeiros são trocados entre esses 4 homens do mar. Muse se mostra destemido,
inteligente e intrépido, afrontando o veterano Philiphs. Isso foi baseado no
livro do próprio capitão “A Captain’s Duty”, onde narra essas cenas
inesquecíveis. Abdi chegou aos Estados Unidos através do Iêmen, instalando-se
em Minnesota, onde quer ser diretor de cinema. Arrastou consigo os outros
astros negros do filme. Esse rapaz de 28 anos não fica nada a dever ao
desempenho espetacular de Tom Hanks. O filme faz questão de mostrar a
impossibilidade de progresso na Somália, ocorrido com acordos que inviabilizam a
pesca ou outras atividades no país, além dos crimes altamente arriscados, fazendo
com que uma enorme soma em dinheiro seja entregue para libertar as embarcações.
Absolutamente imperdível e provavelmente irá lucrar vários prêmios em festivais
internacionais.
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