segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O MORDOMO DA CASA BRANCA DE LEE DANIELS

THE BUTTLER, EUA/2013, 132 MIN., DRAMA
ELENCO:
FOREST WITAKER – CECIL GAINES
OPRAH WINFREY – SRA. GAINES
CUBA GOODING JR.

Esse drama aborda a luta pelos direitos civis dos negros em uma América fortemente racista dos tempos de Eisenhower e notadamente nos anos 50 e 60, quando eles determinam que já havia passado do tempo para que fossem considerados verdadeiros cidadãos americanos. O filme tem como pano de fundo um mordomo, inspirado em Eugene Allen, que no ano de 2008 recebeu do The Washington Post um magnífico artigo. O trabalho todo tem a visão negra da América e é bastante tenso. Cecil Gaines nascera no Sul dos Estados Unidos. Seus pais e ele trabalhavam em uma plantação de algodão, quando esse menino vê o dono da fazenda estuprar sua mãe e matar seu pai por defendê-la. É entretendo recolhido como “house nigger”, um termo pejorativo fortíssimo, pela avó do rapaz e aí aprende toda a eficiência de um servil empregado ou garçom. Na juventude resolve sair pelo mundo, o que não foi fácil, e passando fome quebra a vitrine de uma confeitaria para comer. Por sorte é descoberto pelo gerente negro, que não só o contrata, mas ensina a coisa que maior valor terá em sua trajetória – era necessário ter duas faces diante dos brancos, uma servil e outra séria, mas essa só entre eles para reivindicar a posição real de trabalhadores, enfim homens livres. Depois desse emprego ele é indicado para um hotel de luxo em Washington, onde forma uma família com sua mulher Glória, Oprah Winfrey em ótima atuação, e dois filhos educados com esmero e dedicação. Tem um bom carro e sua casa é de classe média. Quando vai para a Casa Branca, torna-se um dos melhores em seu meio, chegando a se aposentar como “maitre d’hotel”.  Seu primogênito é rebelde e não segue as regras de sobrevivência ensinadas pelo pai, indo fazer faculdade em Fisk, onde se une a outros jovens que liderariam Os Panteras Negras e se envolveriam com King, coisa que Cecil certamente gostaria de ter feito. Ele havia começado com Einsenhower, tendo passado por vários presidentes até Nixon. Sabia de muitas coisas e ouvia os grandes segredos que não revelava à sua insatisfeita esposa. Podemos ver alguns fatos importantes como o assassinato de Martin Luther King em Menphis, 1968, que julgava os servidores domésticos uma peça chave na política de direitos humanos, o homicídio de Kennedy até Nixon, cuja mulher é representada pela classuda Jane Fonda. É um episódio da história americana tenso e interessante, O filme termina perto de 2010 quando morreu, mas ainda pode ver Barak Obama, um negro, eleito para a presidência dos Estados Unidos, no dia da morte de Glória. Há alguns críticos de cinema, bastante respeitados por mim e por todos, que não gostaram da abordagem feita pelo diretor. É ver para conferir! Ótimo programa.

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