terça-feira, 15 de abril de 2014

LUNCHBOX DE RITESH BATRA




DABBA, ÍNDIA/FRANÇA/ALEMANHA/EUA, 2013 104 MIN. DRAMA
ELENCO:
IRRFAN KHAN – SAAJAN FERNANDES
NIMRAT KAUR – ILA
Encenado na movimentada Munbai, Índia, temos a oportunidade de ver costumes e paisagens dessa cidade cheia de pessoas, veículos, aromas e ruídos. Aí vive a belíssima Ila, casada e mãe de uma garotinha. O filme começa com ela cozinhando especiarias para seu marido, que são colocadas em uma marmita (costume indiano para substituir os restaurantes) e milhares delas são entregues aos respectivos donos em seus escritórios e locais de trabalho. Quem não tem esposa se contenta com duas bananas e uma maçã. Observamos uma verdadeira operação de guerra, com milhares de entregadores de marmitas que as levam e se gabam de nunca errarem um destinatário. Esse início é bem interessante, pois são costumes que não existem no ocidente. Ila conversa e se inspira com a Aunt, que nunca aparece, só sua voz. No dia em que Ila fez o almoço mais caprichado para o marido, ele é entregue, por engano, em uma repartição pública para Saajan Fernandes (expressivo e ótimo ator Irrfan Khan de PI). Contador competente, fechado e viúvo prestes a se aposentar, come toda a comida só faltando lambê-la, indo até a cozinha que frequentava para agradecer, espantando os cozinheiros. Ila fica feliz com a marmita vazia, mas o marido nem a agradece, uma vez que o casamento andava desestruturado e ela não sabia do engano cometido. Mais dois dias passam, Ila percebe o erro e manda um bilhete dentro do pão para o desconhecido. Assim nasce uma correspondência, em plena era do e-mail, entre esses dois seres solitários, preenchendo de compreensão suas  vidas. Quando ela descobre que seu casamento não tem mais possibilidades de ir adiante, esta troca de gentilezas desagua em um tipo de amor platônico. Não se conheciam, mas se entendiam. Um dia ela resolve tomar uma decisão contundente em sua vida e a anuncia ao amigo desconhecido. Veremos a transformação desse homem amargo e sisudo com o convívio, apesar de não pessoal, com Ila e com um jovem rapaz que iria substituí-lo no escritório. A juventude entra em sua vida como um raio de luz, valorizando-a muito, elevando sua disposição de viver até o final, quase em aberto. Ótimo filme, bem dirigido por esse conhecido diretor indiano, com roteiro bem estruturado, interpretações muito boas e com o acréscimo de conhecimento das tradições indianas de hoje, tão diferentes das nossas. Como a Índia é cheia de cores, sabores e movimento o jovem diretor resolveu que menos seria mais. Batra acertou em cheio. Muito bem cotado pela imprensa e audiência mundial, imperdível.





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