DABBA, ÍNDIA/FRANÇA/ALEMANHA/EUA, 2013 104 MIN. DRAMA
ELENCO:
IRRFAN KHAN – SAAJAN FERNANDES
NIMRAT KAUR – ILA
Encenado na movimentada Munbai,
Índia, temos a oportunidade de ver costumes e paisagens dessa cidade cheia de
pessoas, veículos, aromas e ruídos. Aí vive a belíssima Ila, casada e mãe de
uma garotinha. O filme começa com ela cozinhando especiarias para seu marido,
que são colocadas em uma marmita (costume indiano para substituir os
restaurantes) e milhares delas são entregues aos respectivos donos em seus
escritórios e locais de trabalho. Quem não tem esposa se contenta com duas
bananas e uma maçã. Observamos uma verdadeira operação de guerra, com milhares
de entregadores de marmitas que as levam e se gabam de nunca errarem um
destinatário. Esse início é bem interessante, pois são costumes que não existem
no ocidente. Ila conversa e se inspira com a Aunt, que nunca aparece, só sua
voz. No dia em que Ila fez o almoço mais caprichado para o marido, ele é
entregue, por engano, em uma repartição pública para Saajan Fernandes
(expressivo e ótimo ator Irrfan Khan de PI). Contador competente, fechado e
viúvo prestes a se aposentar, come toda a comida só faltando lambê-la, indo até
a cozinha que frequentava para agradecer, espantando os cozinheiros. Ila fica
feliz com a marmita vazia, mas o marido nem a agradece, uma vez que o casamento
andava desestruturado e ela não sabia do engano cometido. Mais dois dias passam,
Ila percebe o erro e manda um bilhete dentro do pão para o desconhecido. Assim
nasce uma correspondência, em plena era do e-mail, entre esses dois seres
solitários, preenchendo de compreensão suas
vidas. Quando ela descobre que seu casamento não tem mais possibilidades
de ir adiante, esta troca de gentilezas desagua em um tipo de amor platônico.
Não se conheciam, mas se entendiam. Um dia ela resolve tomar uma decisão
contundente em sua vida e a anuncia ao amigo desconhecido. Veremos a
transformação desse homem amargo e sisudo com o convívio, apesar de não
pessoal, com Ila e com um jovem rapaz que iria substituí-lo no escritório. A
juventude entra em sua vida como um raio de luz, valorizando-a muito, elevando
sua disposição de viver até o final, quase em aberto. Ótimo filme, bem
dirigido por esse conhecido diretor indiano, com roteiro bem estruturado,
interpretações muito boas e com o acréscimo de conhecimento das tradições indianas
de hoje, tão diferentes das nossas. Como a Índia é cheia de cores, sabores e
movimento o jovem diretor resolveu que menos seria mais. Batra acertou em
cheio. Muito bem cotado pela imprensa e audiência mundial, imperdível.
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