segunda-feira, 10 de novembro de 2014

UMA VIAGEM EXTRAORDINÁRIA DE JEAN-PIERRE JEUNET




L’EXTRAVAGANT VOYAGE DU JEUNE E PRODIGIEUX T.S.SPIVET
FRANÇA, AUSTRÁLIA, CANADÁ, 2013, 105 MIN., AVENTURA
ELENCO:
KYLE CATLETT – T.S. SPIVET
HELENA BONHAM CARTER – MÃE – DR. CLAIR
JUDY DAVIS – ASSESSORA DO MUSEU
Depois do ótimo O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), o premiado diretor francês Jean-Pierre vem com força total nesse incrível filme baseado no livro infantil de Reif Larsen. Filmado em 3D a história, como ele gosta, conta o destino de um garoto superdotado de 10 anos. Ele mora com a família em um rancho no Estado de Montana, nos Estados Unidos. O filme retrocede um ano para que possamos entender sua saga. Nesse rancho vive a família de um fazendeiro de poucas palavras e pouco afeto. A mãe, uma cientista especializada em insetos, tem uma filha adolescente e dois filhos gêmeos, mas não idênticos. Conforme a descrição de nosso herói o irmão havia herdado a altura e beleza e ele os neurônios. Pai e mãe não poderiam ser mais diferentes, mas se amavam. O pai é rústico e tem dentro de casa um museu com vários bichos empalhados e a mãe um enorme número de insetos espetados e catalogados. As crianças são unidas, mas o pequeno Spivet só pensa em ciência e cálculos, tendo enviado vários para revistas, que foram publicados e agora trabalha em um plano audacioso: a roda do movimento perpétuo, cujo projeto enviara ao famoso Instituto Smithsonian em Washington. No correr do ano anterior seu irmão morre vítima de uma bala de espingarda que ele mesmo armara. Desolado pela culpa e ignorado pela família, recebe um telefonema da assessora do museu avisando que havia ganhado um importante prêmio e que deveria comparecer ao local e, quem sabe, oferecer aulas para cientistas. Arquitetando que seu pai, o inventor, era mudo resolve aceitar o convite em cenas realmente hilárias e criativas. Vendo-se tão solitário arruma sua complicada mala e parte, durante a madrugada, para Washington, usando transporte clandestinamente. Primeiro um enorme trem de carga, ficando dentro de um trailer. Seus piores inimigos, durante essa grande travessia, são os guardas que ao verem um garoto tão franzino e solitário tentam alcançá-lo. Esses episódios representam a alegria e imaginação fértil de qualquer garoto, pois apesar de sua inteligência prodigiosa tem o mesmo medo de crianças de sua idade. Depois de conhecer algumas pessoas liberais que o ajudam, pega carona em um caminhão de carga muito interessante. O caminhoneiro, que adorava dar acolhida a quem pedisse, interessa-se por sua história e o entrega na porta do museu. Lá, pede para ver Judy Davis (assessora) que falara com ele pelo telefone e encanta-se com o menino, imaginando o quanto isso valorizaria sua posição na instituição. A princípio não pode acreditar, mas quando ele abre a boca fica absolutamente deslumbrada com seu achado. Spivet é apresentado para todos os grandes nomes na hora de receber o prêmio e todas as faces que o rodeiam são sorridentes e admiradas. Vai parar em um programa de televisão onde é entrevistado por um agressivo apresentador, mas, a essa altura a família já ficara sabendo do acontecido. No final é resgatado pela família na estação de TV, entretanto seu invento, a roda magnética, ficará a serviço de todos, pelo valor científico inestimável. Quem sabe o que mais estaria reservado para esse intrépido cientista de 10 anos, que havia dito em seu discurso não ter família e estar à disposição da ciência, sua paixão. Filme imperdível, estrelado pelo novato e encantador Kyle Catlett. Longa carreira para o jovem astro e parabéns ao nosso criativo diretor francês por mais essa pérola.

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