quarta-feira, 13 de maio de 2015

A ESTRADA 47 DE VICENTE FERRAZ





A ESTRADA 47 DE VICENTE FERRAZ
BRASIL, 2013, 107 MIN., DRAMA
ELENCO:
DANIEL DE OLIVEIRA - GUIMA
JULIO ANDRADE – TENENTE
THOGUN TEIXIEIRA – LAURINDO
FRANCISCO GASPAR – PIAUÍ
SERGIO RUBINI – ITALIANO
RICHARD SAMMEL – ALEMÃO
 Nesse capaz filme, original na cinematografia brasileira, o diretor e roteirista optou por abordar o lado humano dos pracinhas brasileiros que foram enviados para lutar na Segunda Guerra Mundial, durante o governo do polêmico Getúlio Vargas. A princípio não topa entrar nessa guerra por afeição aos italianos e quase como moeda de troca, no final, ele toma o lado dos aliados e recebe dos americanos a construção da Usina Volta Redonda. Os soldados da Força Expedicionária Brasileira, composta por quase 25.000 jovens, foram para a Itália. No Monte Castelo, ponto crucial para os alemães, o filme se passa durante o rigoroso inverno europeu. Um desafio e tanto para o diretor com orçamento apertado e falta de tradição no tema.  Os aspectos psicológicos são focados nessa película, como o medo, a solidão e até falta de preparo para o evento. Quatro soldados engenheiros são escolhidos para retirar as minas da Estrada 47, a fim de que os americanos possam entrar com os tanques por ela e seguir para um vilarejo italiano em perigo e isolado. Os ianques receberão as glórias pelo difícil trabalho de seus aliados. Ocorre que um ataque de pânico imobiliza esses quatro jovens que vão parar em uma casa abandonada, onde encontram um fotógrafo de guerra, louco por imagens impactantes. Depois de certa reflexão, Guima, engenheiro, decide que mesmo sozinho retiraria as minas, pois por isso tinham sido enviados. Todos colaboram, inclusive o medroso Piauí (ótimo), que faz tudo o que não seria esperado de um soldado. Com o correr do filme, com belas imagens de neve até os joelhos, e suspenses como quando encontram um grupo de alemães e salvam a vida de seu chefe, que havia sido baleado por eles e cai em uma cerca de arame farpado, nossos protagonistas vão tomando corpo e personalidade. Com muito custo, o caminho é liberado e os resultados pessoais de cada um faz com que o grupo cresça e desenvolva seu verdadeiro potencial. A filosofia de vida dos brasileiros parece sempre entrar em confronto com seus companheiros europeus, mais duros e acostumados com as lides de guerra. Para alguns críticos o filme se arrasta um pouco, a meu ver ele tem o tempo necessário para reflexão. O trabalho foi premiado em festivais de Gramado e Cine Ceará em 2014. Vale a pena ver essa ficção interessante.  

Nenhum comentário: