DE ROY ANDERSSON
EM DUVA SATT PA EM GREN OCH FUNDERADE PA TILLVARON
SUÉCIA, ALEMANHA, NORUEGA, FRANÇA, 2014 101 MIN.,
TRAGICOMÉDIA
ELENCO:
HOLGER ANDERSSON – JONATHAN
NILS WESTBLOM – SAM
Com seu inconfundível estilo, o
sueco Roy Andersson ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza apresentando um
filme surrealista com o longo título acima, tentando mostrar com é ser uma criatura
humana. São pequenos quadros que representam a finitude e bizarrice da vida. Ele
inicia com três encontros com a morte, muito patéticos e de humor negríssimo.
Um homem sofre um infarto e morre ao abrir uma garrafa de vinho, enquanto sua
mulher, na cozinha, canta com o liquidificador ligado e está feliz. Depois de
um senhor morrer em uma lanchonete, a garçonete oferece seu lanche, uma vez que
ele já havia pagado por ele. Uma moribunda sofre ataque dos dois filhos homens
que querem levar sua bolsa, a qual ela se agarra para sempre, contendo joias e
dinheiro. Depois disso o assunto muda completamente com a professora de
flamenco abusando de seu aluno, que a rejeita. Há outros quadros que aparecem e
somem, mas o fio condutor é uma dupla de vendedores envelhecidos, morando em um
abrigo público, que vende, com a expressão mais deprimida possível, artigos
para entretenimento, ou seja, saco de risadas, dentadura de vampiro e máscara
de personagem de histórias infantis, conhecida na região. Há também uma cena
sensacional, quando em uma lanchonete atual, aparece um rei e seu exército do
século XVIII, entrando ali a cavalo e tudo mais, a fim dele tomar um copo de
água, antes de se confrontar com os soviéticos. O seu retorno é mais burlesco
ainda. A câmera é fixa e grava tudo como uma fotografia em tons de amarelo
mostarda e marrom. Os móveis são antigos e datados, com cara de decadência. O
humor, além de negro e frio, é trágico e desafiador. Filme para poucos e esse
conselho deveria ser seguido. Este filme é o final de uma trilogia sobre o ser
humano.
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