MISS JULIE, NORUEGA, INGLATERRA, CANADÁ, FRANÇA,
EUA,IRLANDA, 2014, 129 MIN. DRAMA
ELENCO:
JESSICA CHASTIN – JULIE
COLIN FARRELL – JOHN
SAMANTHA MORTON – KATHRYN
Baseado na peça do sueco August
Strindberg, essa pesada peça, que é filmada em forma de teatro, dirigida pela
ótima atriz e diretora de cinema sueca Liv Ullmann, discute problemas humanos e
psicológicos muito complexos, como paixão, humilhação, religião, conquista e
posição social, tão importante na época em que se passa, quando essas
fronteiras estão para ser arrombadas. Estamos em 1890, Irlanda, em um magnífico
castelo de um barão cuja filha se chama Julie.
É noite de solstício de verão e Julie encontra-se sozinha no castelo,
apenas na companhia do lacaio, John, que conhece desde pequena e Kathryn, a
cozinheira. Na primeira cena vemos a menina Julie, lamentando a perda da mãe e
indo procurar consolo no bosque do castelo. É um lugar calmo e com a natureza
em pleno apogeu. Na segunda cena ela já é uma mulher com a mesma beleza da
infância. Porém, essa mulher é amarga e presunçosa, tratando os dois criados
com soberba. Ela vai à cozinha, onde quase todo o filme se passa, e começa a
provocar o jovem com pedidos absurdos na presença de sua noiva, a cozinheira.
Humilhado, pois não passava de um serviçal, quase um servo, é obrigado a
obedecer às ordens da aristocrata. Os pedidos são tão absurdos como beijar suas
botas sujas de lama, indo para outros provocativos e quase apaixonados. No
princípio ele, resignado, corresponde a muito contragosto. Contudo, no decorrer
de suas exigências ela se vê atraída por John, que havia se apaixonado por ela
na infância. Era um jovem diferenciado, falando vários idiomas e com um inglês
absolutamente impecável, como o dos nobres. Esse jogo de poder e humilhação vai
ter uma virada impressionante, submetendo os três a momentos muito cruéis.
Naturalmente John tinha seus sonhos de se tornar um burguês bem sucedido, como
tantos nessa época e Julie queria humilhar seu criado. Mas só humilhar ou se
aproveitar de sua condição de patroa? O jogo segue cada vez com mais violência
física e psicológica, deixando todos aniquilados. Quase no final, uma guinada
inesperada ocorre e tudo pode não acabar com um final feliz. Muito bom, mas
para pessoas que gostam de dramas psicológicos, pois a barra pesa bastante. Liv
Ullmann tem direção segura, linda
fotografia e elenco de primeira classe. Vale a pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário