segunda-feira, 17 de agosto de 2015

DAMA DOURADA DE SIMON CURTIS






WOMAN IN GOLD, EUA, INGLATERRA, 2015, 109 MIN. DRAMA
ELENCO:
HELEN MIRREN – MARIA ALTMANN
RYAN REYNOLDS – RANDY SCHOENBERG
Diretor do delicioso Sete Dias com Marilyn, Simon Curtis investe em um drama histórico, com força de thriller, para contar o caso de repatriação do quadro Adele Bloch-Bauer I, pintado por Gustav Klimt e mais outros quatro do mesmo pintor. Adele Bloch-Bauer I, o quadro mais importante de Viena, exposto no Palácio Belvedere era orgulho nacional, desde 1941. Foi inspirado livremente no livro de Anne-Marie O’Connor e este acontecimento mereceu outros filmes e livros de tão fantástico. Em 1938, a Áustria foi anexada à Alemanha nazista de Hitler para alegria da maioria e desespero dos judeus austríacos. O belíssimo apartamento da família Boch-Bauer, onde moravam os dois irmãos usineiros e as filhas de um deles, é invadido por agentes nazistas que saqueiam todas as obras de arte, incluindo o quadro de Adele Bloch-Bauer I, patrocinado por Ferdinand seu marido, um violoncelo Stradivarius e várias peças valiosíssimas. No ano de 1941 eles foram colocados no acervo do palácio Belvedere. O quadro é um deslumbramento folheado a ouro, mostrando seu rosto e no pescoço um valiosíssimo colar de diamantes. O filme é todo salpicado de flashbacks para termos noção da história contemporânea e passada. Em 1938 Maria Altmann, filha de Gustav, fugiu com o marido, cantor de música clássica, para Los Angeles. A fuga é espetacular, mas o casal consegue chegar ao destino desejado. Ele volta para 1998, quando Maria, já octogenária, dona de uma butique de roupas femininas e morando em um confortável chalé de classe média, fica sabendo que as obras de arte roubadas pelos nazistas poderiam ser repatriadas para os verdadeiros donos. Tendo uma amiga de sobrenome Shoenberg, filha do famoso músico austríaco, resolve empregar seu filho advogado para cuidar do caso. Ele reluta em aceitar, mas acaba acolhendo o desafio e ambos partem para a Áustria, tendo Randy Schoenberg deixado em casa sua mulher e uma pequena filha. Na audiência eles perdem, pois havia um documento de 1925, onde Adele pedira, antes de morrer, que os quadros de Klimt fossem doados ao acervo de artes de Viena. O jornalista austríaco Hubertus Czermin (Daneil Brühl) ajuda nas investigações, sendo de grande valia a Maria, que renuncia à herança e volta para casa. Mas seu advogado tem certeza de ganhar a causa, pelo dinheiro e pela justiça, pois por enquanto Maria tivera apenas a paz.  Remexendo em várias hipóteses acha que poderia acionar a Áustria no próprio Estados Unidos, com custo mínimo. Pedindo demissão de seu trabalho para dedicar todo seu tempo à memória de seu avô e o grande valor que receberia de sua cliente pela devolução dos quadros. O caso ganha volume, eles ganham, e vai parar novamente em Viena para uma mediação. Quem o ajuda é Hubertus Czermin, que descobriu uma falcatrua cometida pela comissão de arte. Com a investigação do repórter e o empenho de Randol, obrigaram a Áustria a devolver à Maria, a herdeira mais próxima, os quadros e o principal deles, o retrato, é arrematado em um leilão pelo herdeiro da famosa marca de cosméticos, Lauder. Uma pena que essa história tão fantástica e completamente apoiada no desempenho magnífico de Helen Mirren, tenha, nas últimas cenas, um desfecho tão meloso o qual não combina com o ritmo alucinante do filme. Caso contrário seria excelente. Como apontou Veja, alguns fatos não foram revelados como o que Maria era mãe de 4 filhos e recebeu uma indenização de 21 milhões de dólares. Quando tudo terminou Shoenberg tornou-se especialista e ganhou sociedade em uma firma. Hubertus foi o deflagrador do caso e forçou a aprovação da Lei de Restituição da Arte na Áustria. O desempenho dos outros atores é ótimo e a fotografia também. Bom programa!As duas últimas fotos são da verdadeira Maria Altmann com seu valiosíssimo quadro.


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