TRUMBO, EUA, 2015, 125 MIN. DOCUDRAMA
ELENCO:
BRYAN
CRANSTON – TRUMBO
HELEN
MIRREN – HEDDA HOPPPER
DIANE LANE –
CLEO TRUMBO
MICHAEL
STHULBARG – EDWARD ROBINSON
JOHN
GOODMAN – FRANK KING
DEAN
O’GORDAN – KIRK DOUGLAS
CHRISTIAN BERKEL – OTTO PREMINGER
Baseado na biografia de Dalton
Trumbo (1905-1976) escrita por Bruce Cook, que chega às livrarias do Brasil,
Jay Roach faz uma descrição afinada da vida desse que foi um dos maiores e bem
sucedidos roteiristas americanos. Vivendo na Califórnia, 1947, está milionário
e residindo com a família de mulher e três filhos em um belíssimo rancho.
Respeitado por seu trabalho é foco de admiração, pois também tinha sido
combatente durante a Segunda Guerra Mundial. Com o fim dela começa entre Rússia
e Estados Unidos a Guerra Fria, tão perseguida pelo macarthismo, criando uma
Comissão de Atividades Antiamericanas, contrárias às ideias de esquerda. Muitos
jovens e adultos americanos resolveram se inscrever no Partido Socialista,
contrários ao puro capitalismo de direita. Entre eles encontrava-se nosso herói,
que entra para a famosa “lista negra dos 10 de Hollywood”, centro do cinema,
formador de opiniões e consciências.
Esses 10 são célebres diretores, escritores e roteiristas que seriam forçados
a depor no Congresso. Trumbo era um contestador e não se intimidaria com isso,
continuando a trabalhar. Com a “Caça às Bruxas” não havia mais campo de
trabalho para ele, mudando-se com a família para uma casa na cidade. Os
vizinhos são os primeiros a regirem mal, mas não se deixa intimidar e aconselha
aos filhos e esposa que façam o mesmo. Chamado para depor no Congresso, não
cita ninguém, baseando-se na quarta emenda que garante o direito de expressão.
Foi preso em Kentucky por um ano e volta envelhecido, mas não abatido. Passa a
trabalhar com filmes B, para os irmãos King ou escrevendo e dando para algum
amigo de direita assinar seus trabalhos. Começa uma intensa batalha de
sobrevivência que resvala pelos outros escritores. Assim, Trumble resolve formar
um esquema em que todos fariam seus roteiros para os interessados e o que
importava mais que excelentes filmes era o trabalho e a dignidade em si. Conseguindo
sustentar a família, graças às 18 horas de escrita continua, precisa da ajuda
de anfetaminas e bebidas para manter-se acordado. Torna-se irascível e sua
mulher quase o abandona. Guerreira segue em frente com os filhos agora mais
velhos e dando todo suporte ao marido. O roteirista tem uma insolente inimiga
na jornalista Hedda Hopper, odiosa fonte de intrigas e cheia de artimanhas. Outro
perigoso contestador era o ator John Wayne, um direitista arrogante. O famoso
ator Kirk Douglas, percebendo que o ganhador do Oscar por A Princesa e o Plebeu
e, mais tarde, Arena Sangrenta, tinham sido escritos por ele, vai a seu
encontro e pede para que roteirize Spartacus. Otto Preminger toma uma posição
ainda mais ousada e solicita o roteiro de Exodus, prometendo colocar seu nome
nos créditos. Já estamos então nos anos 60 e 70. Por outro lado, o mais
enfraquecido ator Robinson, delata os amigos, mas afirma não ter contado nada
novo, pois havia visto a lista de nomes. Passado os piores anos, é aclamado
pela mídia e faz um pequeno discurso sobre o quanto haviam sido vítimas de uma
situação e clama para que todas as mágoas sejam apagadas. A pior fase para
esses homens havia terminado. Trambo dirigiu Johnny Vai à Guerra (1971),
adaptou O Homem de Kiev e roteirizou Sua Última Façanha. Esse ótimo longa
redime o nome e intelecto de Dalton Trumble. Imperdível, nominado para o Oscar
de Melhor Ator, Bryan Cranston do seriado Breaking Bad.
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