domingo, 6 de março de 2016

A BRUXA DE ROBERT EGGERS




THE WICHT, EUA, CANADÁ, INGLATERRA, BRASIL, 2015, 92 MIN., TERROR
ELENCO:
ANYA TAYLOR-JOY – THOMASIN
RALPH INESON – PAI
KATE DICKIE – MÃE
HARVEY SCRIMSHAW – IRMÃO
Esse primeiro longa-metragem de Robert Eggers foi premiado no Festival de Sundance em 2015 e virou cult e grande sucesso entre adolescentes. O filme é mais de suspense psicológico do que de terror explícito. Levou anos para que finalizasse seu trabalho, já que fala sobre a colonização inglesa dos puritanos que desembarcaram em Phymouth, Massachusetts, no famoso navio Mayflower, em 1620, vindos da Inglaterra. Eram religiosos que baseavam seus preceitos em Calvino e, sendo muito rígidos, acreditavam em um Deus vingativo e no Diabo e seu inferno de fogo. Não haveria salvação para os que não fossem absolutamente pios. Essa perigosa crença do século XVII vai dar início a muitas lendas e mitos, nos quais o filme é baseado, como as bruxas de Salem. O roteiro também é dele, escrito em inglês arcaico e baseado nas lendas e mitos da época. Uma família é expulsa da comunidade puritana de tão rigoroso que era o patriarca, com dois filhos adolescentes e um casal de gêmeos.  Estabeleceram-se em uma propriedade perto de uma floresta fechada. A família, contudo não tem muita sorte. O bebê recém-nascido que ficava aos cuidados da filha mais velha, a lindíssima e talentosa Anya Taylor-Joy, no papel de Thomasin, quando ao brincar com o bebê ele desaparece de um momento para outro. A mãe fica inconsolável e começa aparecer o conflito de gerações tão atual hoje em dia. Passa a odiar a filha, como ameaça a ela e à família, marginalizando-a. O pai é mais generoso com os filhos e tenta educá-los segundo seus preceitos religiosos de bem e mal, Deus e o Diabo. Nada entre eles. Os adolescentes começam a sentir as mudanças naturais de seu próprio corpo, o que não é bem aceito pela mãe. Os gêmeos são peraltas e gostam de falar com um bode preto, Black Phillip. A fazenda não prospera em nada, provavelmente por ter um solo inadequado para a plantação de milho. Até a caça é difícil. As coisas vão se deteriorando no lugar, ao mesmo tempo em que as pessoas passam por temores internos gravíssimos, acirrados pela religião. Nesse tempo, acreditava-se que meninas e jovens poderiam ser bruxas, ligadas ao Demo, para desestabilizar os beatos. Daí o mito das Bruxas de Salem, que na verdade eram jovens brincando na floresta ao redor de uma fogueira, algumas nuas, a fim de pedir auxílio ao além para se casarem. O filme é tenso, cinza e cheio de tentativas de incitar os medos mais antigos das pessoas religiosas. É um grande trabalho do diretor, principalmente para quem gosta dessa vertente de filme. Da metade do filme até o final só teremos cenas de horror psicológico, mas que para os jovens de hoje são pura diversão. Boa direção e ótima interpretação de todos os atores. Vale a pena ser visto para os fãs do gênero ou para curiosos. O filme é produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira. Você vai pensar no filme quando sair da sala de projeção.


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