THE WICHT, EUA, CANADÁ, INGLATERRA, BRASIL, 2015, 92 MIN.,
TERROR
ELENCO:
ANYA
TAYLOR-JOY – THOMASIN
RALPH
INESON – PAI
KATE DICKIE
– MÃE
HARVEY
SCRIMSHAW – IRMÃO
Esse primeiro longa-metragem de
Robert Eggers foi premiado no Festival de Sundance em 2015 e virou cult e grande
sucesso entre adolescentes. O filme é mais de suspense psicológico do que de
terror explícito. Levou anos para que finalizasse seu trabalho, já que fala
sobre a colonização inglesa dos puritanos que desembarcaram em Phymouth,
Massachusetts, no famoso navio Mayflower, em 1620, vindos da Inglaterra. Eram
religiosos que baseavam seus preceitos em Calvino e, sendo muito rígidos,
acreditavam em um Deus vingativo e no Diabo e seu inferno de fogo. Não haveria
salvação para os que não fossem absolutamente pios. Essa perigosa crença do
século XVII vai dar início a muitas lendas e mitos, nos quais o filme é
baseado, como as bruxas de Salem. O roteiro também é dele, escrito em inglês
arcaico e baseado nas lendas e mitos da época. Uma família é expulsa da
comunidade puritana de tão rigoroso que era o patriarca, com dois filhos
adolescentes e um casal de gêmeos.
Estabeleceram-se em uma propriedade perto de uma floresta fechada. A
família, contudo não tem muita sorte. O bebê recém-nascido que ficava aos
cuidados da filha mais velha, a lindíssima e talentosa Anya Taylor-Joy, no
papel de Thomasin, quando ao brincar com o bebê ele desaparece de um momento
para outro. A mãe fica inconsolável e começa aparecer o conflito de gerações
tão atual hoje em dia. Passa a odiar a filha, como ameaça a ela e à família,
marginalizando-a. O pai é mais generoso com os filhos e tenta educá-los segundo
seus preceitos religiosos de bem e mal, Deus e o Diabo. Nada entre eles. Os adolescentes
começam a sentir as mudanças naturais de seu próprio corpo, o que não é bem
aceito pela mãe. Os gêmeos são peraltas e gostam de falar com um bode preto,
Black Phillip. A fazenda não prospera em nada, provavelmente por ter um solo
inadequado para a plantação de milho. Até a caça é difícil. As coisas vão se
deteriorando no lugar, ao mesmo tempo em que as pessoas passam por temores
internos gravíssimos, acirrados pela religião. Nesse tempo, acreditava-se que
meninas e jovens poderiam ser bruxas, ligadas ao Demo, para desestabilizar os beatos.
Daí o mito das Bruxas de Salem, que na verdade eram jovens brincando na
floresta ao redor de uma fogueira, algumas nuas, a fim de pedir auxílio ao além
para se casarem. O filme é tenso, cinza e cheio de tentativas de incitar os
medos mais antigos das pessoas religiosas. É um grande trabalho do diretor,
principalmente para quem gosta dessa vertente de filme. Da metade do filme até
o final só teremos cenas de horror psicológico, mas que para os jovens de hoje
são pura diversão. Boa direção e ótima interpretação de todos os atores. Vale a
pena ser visto para os fãs do gênero ou para curiosos. O filme é produzido pelo
brasileiro Rodrigo Teixeira. Você vai pensar no filme quando sair da sala de
projeção.
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