sábado, 26 de março de 2016

DESAJUSTADOS DE DAGURT KÁRI





FÚSI, ISLÂNDIA- DINAMARCA, 2015, 98 MIN., DRAMA
ELENCO:
GUNNAR JÓNSSON – FÚSI
FRANZISKA UNA DAGSDÓTTIR – HERA
ILMUR KRISTJÁNSDÓTTIR – SJÖFN
O diretor Dagurt Kári faz, aqui, um filme impecável. É quase uma fábula moderna sobre a tolerância, bondade, amor e desprendimento. Tudo que não temos hoje em dia. Fúsi (ótimo Gunnar Jónsson) é um homem de 43 anos, tímido ao extremo e um pouco infantilizado, pois ainda joga ou planeja guerras com os brinquedos que fabrica. Apaixonado pela Segunda Guerra Mundial, ele tem uma maquete enorme onde constrói situações de avanço e recuo de seus soldadinhos e se diverte com carros de controle remoto. Ainda mora com a mãe, mas para ela é uma situação muito conveniente, pois é sozinha. Aqui vem uma discrepância entre país civilizado e o nosso. Fúsi trabalha no aeroporto na seção de cargas, tirando e pondo malas o tempo todo. É um homem enorme no tamanho e na circunferência de seu corpo. Mas mesmo assim ele e os demais empregados tem seu carro próprio em bom estado e moram dignamente. Fúzi só tem um amigo que joga com ele suas batalhas e no trabalho sofre bullying dos colegas, alguns muito pesados. Apesar disso não revida, ao contrário, os ajuda quando necessário. Funcionário exemplar, nunca tirou férias ou saiu do país, apesar de trabalhar no aeroporto.  Sua vida é monótona, ele não sorri e parece infeliz, não tem namorada e é virgem. Tudo começa a mudar para melhor, quando uma menina chamada Hera muda para seu edifício e vai procurá-lo para ter com que brincar. Não gosta muito das brincadeiras de menino, mas Fúsi topa brincar com bonecas para encantamento dela. No seu aniversário ganha um curso de dança, quadrilha, e acidentalmente encontra Sjöfn, uma mulher despachada, florista, mas que também não o rejeita. As perspectivas de Fúsi vão mudando, pois acaba até se apaixonando pela florista. Apesar de tudo os fatos não correm exatamente como o expectador espera e uma grande lição nos é ensinada pelo diretor. Fúsi não é interesseiro, apenas quer ajudar e se deixar amar pelo próximo. Matizes interessantes vão surgindo em sua vida e ele vai se firmando como um homem ideal. Nós mesmos passamos a amá-lo com o decorrer da história singela, contudo plena de vida. O título em português é ridículo. Em islandês é Fúsi, o nome do personagem. Desajustados não tem cabimento. Imperdível!! Um dos melhores filmes em cartaz se não o melhor. O longa ganhou como melhor filme no Nordic Council Film Prize e melhor ator e melhor roteiro no Tribeca Film Festival.



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