FÚSI, ISLÂNDIA- DINAMARCA, 2015, 98 MIN., DRAMA
ELENCO:
GUNNAR JÓNSSON – FÚSI
FRANZISKA UNA DAGSDÓTTIR – HERA
ILMUR KRISTJÁNSDÓTTIR – SJÖFN
O diretor Dagurt Kári faz, aqui,
um filme impecável. É quase uma fábula moderna sobre a tolerância, bondade,
amor e desprendimento. Tudo que não temos hoje em dia. Fúsi (ótimo Gunnar
Jónsson) é um homem de 43 anos, tímido ao extremo e um pouco infantilizado,
pois ainda joga ou planeja guerras com os brinquedos que fabrica. Apaixonado
pela Segunda Guerra Mundial, ele tem uma maquete enorme onde constrói situações
de avanço e recuo de seus soldadinhos e se diverte com carros de controle
remoto. Ainda mora com a mãe, mas para ela é uma situação muito conveniente,
pois é sozinha. Aqui vem uma discrepância entre país civilizado e o nosso. Fúsi
trabalha no aeroporto na seção de cargas, tirando e pondo malas o tempo todo. É
um homem enorme no tamanho e na circunferência de seu corpo. Mas mesmo assim
ele e os demais empregados tem seu carro próprio em bom estado e moram
dignamente. Fúzi só tem um amigo que joga com ele suas batalhas e no trabalho
sofre bullying dos colegas, alguns muito pesados. Apesar disso não revida, ao
contrário, os ajuda quando necessário. Funcionário exemplar, nunca tirou férias
ou saiu do país, apesar de trabalhar no aeroporto. Sua vida é monótona, ele não sorri e parece
infeliz, não tem namorada e é virgem. Tudo começa a mudar para melhor, quando
uma menina chamada Hera muda para seu edifício e vai procurá-lo para ter com
que brincar. Não gosta muito das brincadeiras de menino, mas Fúsi topa brincar
com bonecas para encantamento dela. No seu aniversário ganha um curso de dança,
quadrilha, e acidentalmente encontra Sjöfn, uma mulher despachada, florista,
mas que também não o rejeita. As perspectivas de Fúsi vão mudando, pois acaba
até se apaixonando pela florista. Apesar de tudo os fatos não correm exatamente
como o expectador espera e uma grande lição nos é ensinada pelo diretor. Fúsi
não é interesseiro, apenas quer ajudar e se deixar amar pelo próximo. Matizes
interessantes vão surgindo em sua vida e ele vai se firmando como um homem
ideal. Nós mesmos passamos a amá-lo com o decorrer da história singela, contudo
plena de vida. O título em português é ridículo. Em islandês é Fúsi, o nome do
personagem. Desajustados não tem cabimento. Imperdível!! Um dos melhores filmes
em cartaz se não o melhor. O longa ganhou como melhor filme no Nordic Council
Film Prize e melhor ator e melhor roteiro no Tribeca Film Festival.
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