ELENCO:
MERYL STREEP
– FLORENCE
HUGH GRANT –
CLAIR BAYFIELD
SIMON HELBEG
– COSMÉ MCMOON
Esse ótimo filme tem
tudo a ver com Marguerite do diretor Xavier Giannoli, que estreou em 26/6/2016.
É a mesma história contada de maneira diferente. Marguerite não é tão
biográfico e se passa nos anos vinte. Esse é biográfico. Trata-se de um
incrível drama psicológico, mas que resvala na comédia. Florence (1868-1944)
era filha de um banqueiro americano riquíssimo. Estudou piano em sua infância,
pois era absolutamente apaixonada pela música erudita. Deu várias audições, mas
seu sonho era ser cantora de ópera, coisa que o pai nunca permitiu, pois sabia
de suas limitações. Quando Florence tinha 41 anos seu pai morre e ela ousa
aparecer aos amigos, pois acreditava ser soprano. Já no segundo casamento com o
aristocrático e mais jovem St. Clair Bayfield tem um casamento de fachada, pois
tivera de parar de tocar piano por ter contraído sífilis do primeiro marido,
agora em estado muito adiantado. Generosa e riquíssima, seu matrimônio é
baseado apenas no amor espiritual, na compreensão e no afeto, sem nenhum
contato sexual por causa de sua doença. O filme começa com ela mais velha e feliz por ser mecenas das artes,
tendo um clube lírico, que ajudava artistas iniciantes e também consagrados
como Toscanini. Bayfield realmente gosta dela e tenta sempre protegê-la de
qualquer infortúnio, mas tem uma amante fixa em seu apartamento, pois moravam
em lugares separados. Ela dava recitais de ópera somente para amigos, sempre no
Hotel Ritz, quando morava em Nova York. Sua atuação era desastrosa, pois não
tinha voz e nenhuma afinação. Seu mentor era o pianista McMoon, que apesar de
saber da calamidade de seu desempenho nunca a abandonou. Meryl Streep dignifica
sua personagem, apesar do ridículo, mas quem brilha é Hugh Grant, magnífico. A
comunicação entre eles é belíssima e, quando não está com os amigos e amantes,
é fidelíssimo a ela. Na verdade existe entre eles uma admiração sem par.
Incrivelmente, seus recitais eram muito disputados e regados a bebidas e
comidas. As pessoas que compareciam se apiedavam dela e nada diziam sobre seu
problema vocal. Era um programa absolutamente divertido e patético. O problema
maior ocorre em 1941, aos 76 anos, quando consegue alugar o Carnegie Hall, à
revelia de seu marido. Um palco imenso, com ingressos à venda. Bayfield faz de
tudo para que somente os amigos compareçam, mas são obrigados a convidar os soldados
americanos que haviam sobrevivido à Segunda Guerra Mundial, em número colossal.
O maior perigo era o crítico de musica do Washington Post, por nunca tê-la
ouvido e ser muito severo. Infelizmente ele comparece e nos primeiros minutos
já sai do teatro, acusando aquilo de farsa. Alguns jornais do dia seguinte são
favoráveis, mas não o dele. Saint Claire compra todos os exemplares e os joga
no lixo. Ocasionalmente, Florence os vê e desfalece confrontando a verdade.
Ótimo filme, com atuações perfeitas, mas Marguerite, apesar de não ser tão
biográfico é melhor. Imperdível ver os dois e chegar à sua própria conclusão. A
fantasia dessa mulher só foi possível pela sua imensa riqueza, pois se fosse
uma pessoa comum jamais poderia satisfazer os seus sonhos.
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