segunda-feira, 25 de julho de 2016

JULIETA DE PEDRO ALMODÓVAR




JULIETA, ESPANHA, 2016, 109 MIN., DRAMA
ELENCO:
JULIETA MADURA – EMMA SUÁREZ
JULIETA JOVEM – ADRIANA UGARTE
DANIEL GRAO – XOAN
DARIO GRANDINETTI – NAMORADO
ROSSY DE PALMA – MARIAN, GOVERNANTA
BLANCA PARÉS – ANTÍA, FILHA JOVEM


Adaptado livremente de um dos contos da ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura, 2013, Alice Munro, esse filme não é um drama, mas um dramalhão com d maiúsculo. Almodóvar volta a discutir os problemas femininos, mas não tão feliz quanto aos seus filmes anteriores, pois apesar da história labiríntica, que é sua marca registrada, não traz o suspense e surpresas que costuma causar e nem sua ironia tão característica. Contudo é um bom filme. Trata-se da vida de Julieta, mostrada em duas fases. Começa com ela madura, morando em Madri e com um namorado que preenche sua vida. Prestes a mudara para Portugal e nunca mais voltar, encontra uma amiga de infância da filha, agora adulta e com dois filhos, que acabara de encontrar com Antía, que pensa que a mãe ainda mora em Madri. A partir desse encontro o drama vai se desenrolar em uma longa história de perdas e desencontros. Julieta quando jovem dava aulas de literatura clássica e, em um restaurante de trem, encontra Xoan, um jovem casado com sua mulher em coma e quase morrendo. Fora atraída ao restaurante, por não querer conversar com um homem sentado em um banco na frente do seu. Os jovens percebem uma grande química entre eles e, depois de uma relação sexual imediata, são surpreendidos com uma parada brusca. O homem que Julieta rejeitara, pulou do trem, suicidando-se. Isso marca muito a professora que se sente culpada. Os dois seguem seus destinos, mas recebe uma carta de Xoan, convidando-a para visitá-lo. Apaixonada não resiste e espera por ele dentro de sua casa, mesmo com a severa governanta, a maravilhosa atriz Rossy de Palma, com seu rosto forte e mal humorado, desencorajando-a. Sua mulher morrera e ela passa a viver com o rapaz, que é pescador. A casa fica na beira do oceano, com uma paisagem lindíssima. Nasce Antía que é mais ligada ao pai. Já adolescente tem como confidente a governanta e como mito o pai. Julieta não conta muito em sua vida, mas é uma garota feliz. Durante um acampamento conhece alguém que virá a ser mais do que sua melhor amiga, a moça do início da história. Todavia, Xoan morre durante uma tempestade, deixando Julieta arrasada, pois se lembra do primeiro homem que se suicidara. Talvez fosse a causa de tanta desgraça. A amiga de Antía muda-se para os Estados Unidos e ela resolve fazer um retiro espiritual de alguns meses, sem nenhuma comunicação. O fato vai destruindo a confiança de sua mãe, que nunca fora uma mulher forte. Insegura vai atrás dela, na data marcada, mas fica sabendo que ela escolheu outro caminho, do anonimato absoluto. Passam-se 12 anos e Julieta só, mora agora em Madrid e está prestes a se mudar. Mas o encontro fortuito muda seu destino. Resolve voltar para o antigo apartamento a fim de que Antía a encontrasse. Separando-se de seu namorado, cai em profunda depressão. A partir daí, e já não é sem tempo, pois a angústia e o tempo percorrido já nos corroeram também, as coisas começam a se encaixar. Drama pesado, com boas atuações, mas sem grandes convencimentos, talvez por não ser uma história original do diretor, mas uma adaptação. Bom para quem é fã de Almodóvar como eu. 

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