JULIETA, ESPANHA, 2016, 109 MIN., DRAMA
ELENCO:
JULIETA MADURA – EMMA SUÁREZ
JULIETA JOVEM – ADRIANA UGARTE
DANIEL GRAO – XOAN
DARIO GRANDINETTI – NAMORADO
ROSSY DE PALMA – MARIAN, GOVERNANTA
BLANCA PARÉS – ANTÍA, FILHA JOVEM
Adaptado livremente de um dos
contos da ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura, 2013, Alice Munro, esse
filme não é um drama, mas um dramalhão com d maiúsculo. Almodóvar volta a
discutir os problemas femininos, mas não tão feliz quanto aos seus filmes anteriores,
pois apesar da história labiríntica, que é sua marca registrada, não traz o
suspense e surpresas que costuma causar e nem sua ironia tão característica. Contudo
é um bom filme. Trata-se da vida de Julieta, mostrada em duas fases. Começa com
ela madura, morando em Madri e com um namorado que preenche sua vida. Prestes a
mudara para Portugal e nunca mais voltar, encontra uma amiga de infância da
filha, agora adulta e com dois filhos, que acabara de encontrar com Antía, que
pensa que a mãe ainda mora em Madri. A partir desse encontro o drama vai se
desenrolar em uma longa história de perdas e desencontros. Julieta quando jovem
dava aulas de literatura clássica e, em um restaurante de trem, encontra Xoan,
um jovem casado com sua mulher em coma e quase morrendo. Fora atraída ao
restaurante, por não querer conversar com um homem sentado em um banco na
frente do seu. Os jovens percebem uma grande química entre eles e, depois de uma
relação sexual imediata, são surpreendidos com uma parada brusca. O homem que
Julieta rejeitara, pulou do trem, suicidando-se. Isso marca muito a professora
que se sente culpada. Os dois seguem seus destinos, mas recebe uma carta de
Xoan, convidando-a para visitá-lo. Apaixonada não resiste e espera por ele
dentro de sua casa, mesmo com a severa governanta, a maravilhosa atriz Rossy de
Palma, com seu rosto forte e mal humorado, desencorajando-a. Sua mulher morrera
e ela passa a viver com o rapaz, que é pescador. A casa fica na beira do
oceano, com uma paisagem lindíssima. Nasce Antía que é mais ligada ao pai. Já
adolescente tem como confidente a governanta e como mito o pai. Julieta não
conta muito em sua vida, mas é uma garota feliz. Durante um acampamento conhece
alguém que virá a ser mais do que sua melhor amiga, a moça do início da
história. Todavia, Xoan morre durante uma tempestade, deixando Julieta
arrasada, pois se lembra do primeiro homem que se suicidara. Talvez fosse a
causa de tanta desgraça. A amiga de Antía muda-se para os Estados Unidos e ela
resolve fazer um retiro espiritual de alguns meses, sem nenhuma comunicação. O
fato vai destruindo a confiança de sua mãe, que nunca fora uma mulher forte.
Insegura vai atrás dela, na data marcada, mas fica sabendo que ela escolheu
outro caminho, do anonimato absoluto. Passam-se 12 anos e Julieta só, mora
agora em Madrid e está prestes a se mudar. Mas o encontro fortuito muda seu
destino. Resolve voltar para o antigo apartamento a fim de que Antía a
encontrasse. Separando-se de seu namorado, cai em profunda depressão. A partir
daí, e já não é sem tempo, pois a angústia e o tempo percorrido já nos
corroeram também, as coisas começam a se encaixar. Drama pesado, com boas
atuações, mas sem grandes convencimentos, talvez por não ser uma história
original do diretor, mas uma adaptação. Bom para quem é fã de Almodóvar como
eu.
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