ESTRELAS ALÉM DO TEMPO DE THEODORE MELFI

HIDDEN FIGURES, ESTADOS UNIDOS, 2016, 132 MIN. DOCUDRAMA

ELENCO:

TARAJI P. HENSON – KATHERINE JOHNSON

JANELLE MONÁI – MARY JACKSON

OCTAVIA SPENCER – DOROTHY VAUGHN

KEVIN COSTNER – AL HARRISON

Nesse impressionante filme, adaptado do livro homônimo de Margot Lee Shetterly, Theodore Melfi constrói uma joia, passada em 1961, nos Estados Unidos, quando a segregação racial e a disputa pela dianteira do programa espacial com a Rússia, durante a Guerra Fria, estava no auge. Em Virgínia, um grupo de moças afrodescendentes foi crucial para o sucesso da NASA, quando da construção desses foguetes, a chamada Ala Oeste. O filme começa de maneira divertida, quando um carro quebrado ocupa a estrada. Três amigas negras estão indo para o trabalho. Uma delas está sob o carro, tentando concertá-lo e as outras duas encostadas nele, preocupadas em perder a hora. Um policial chega intimidando-as pela cor de pele e mal acredita quando apresentam as credencias da NASA. Rapidamente chegam lá, escoltadas pelo carro de polícia. Os americanos estavam perdendo a corrida para a Rússia que já enviara o Gagarin ao espaço, enquanto eles não conseguiam nada. Uma equipe de reforço é solicitada e essas três garotas geniais, desde a mais tenra infância, são convocadas, mas como temporárias, pela questão racial e de gênero. Matemáticas e Físicas eram as melhores em seus respectivos campos de trabalho. Katherine Johnson calculou com a maior precisão as trajetórias do Project Mercury. Quando entra uma jovem negra na sala de projetos, todos a esnobam e maltratam, chegando a colocar uma cafeteira velha, para que tome seu café. Decidida a fazer carreira na NASA, não se deixa intimidar pela grosseria dos colegas. Até para usar o toalete é obrigada a andar 800 metros, onde se encontra o banheiro dos negros. Seu superior, Al Harrison, percebe que ela desparece, às vezes, retornando esbaforida. Interpelada sobre o que fazia nesse tempo, responde com a mais absoluta franqueza para horror de seus pares. Al retira de todos os lugares as placas exclusivas para negros e daí em diante todas teriam livre acesso aos lugares. Dorothy Vaughn era a chefe da ala dos computadores e nunca conseguiria ser titular, não fosse o fato de um enorme computador IBM ser instalado e ninguém saber como usá-lo. Perspicaz e competente consegue por a máquina em uso e toda sua equipe é transferida para lá, pois haviam sido treinadas por Dorothy, que antevia essa jogada. Mary Jackson, também matemática, observa o foguete e dá boas sugestões, mas não poderia trabalhar com ele por não ser engenheira. Consegue uma liminar de um juiz para poder cursar engenharia à noite e será a primeira engenheira negra da NASA. Essas mulheres intrépidas dão-nos um belíssimo exemplo de como conquistar nossos sonhos com conhecimento e sabedoria, uma vez que força elas não tinham, mas sim mentes brilhantes! Ótimo filme tanto do ponto de vista cultural como social. A presença de Katherine será requisitada na sala em que controlam a saída do foguete, pois o astronauta John Glenn só confia em seus cálculos. No epílogo vemos que Katherine calculou as trajetórias para Apollo 11 e Apollo 13. Em 2015 recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade e o centro em Langley foi rebatizado com seu nome. Dorothy Vaughn consegue seu posto definitivo junto à NASA. Filme brilhante e imperdível!! Foi indicado para vários festivais, recebendo prêmios e agora disputa outros no Oscar de 2017. “Corram, mulheres, corram”. Para assisti-lo.