L’ATTESA, ITÁLIA, FRANÇA, 2015, 110 MIN., DRAMA.
ELENCO:
JULIETTE BINOCHE – ANNA
LOU DE LAÂGE – JEANNE
Piero Messina, inspirado em
Pirandello, conversa com o luto e a morte repentina. O filme passa-se na remota
Sicília, em um vilarejo, onde se encontra uma belíssima e antiga villa. A
proprietária, Anna, é uma mulher madura, mas ainda jovem e bela na aparência,
cujo filho morreu nas vésperas dos feriados de Páscoa, tão festejado nessa
região muito católica. Vocês verão que a sagração dessa data tem tudo a ver com
a estória. A casa está cheia de parentes e amigos que prateiam sua morte. Vemos
também uma belíssima garota francesa, indo ao encontro do namorado, tentando
falar com ele, sem receber nenhuma resposta, para avisar que, a seu pedido,
estava indo para sua casa, exatamente a que está consternada, com todos os
espelhos tapados, as janelas e as portas fechadas, em luto absoluto. Um velho
empregado é o faz tudo de lá, amigo de Anna desde que chegara à Sicília. Anna,
ao ver a garota e perceber que ela ainda não sabia da morte do namorado,
resolve esconder o fato, alegando que viria mais tarde, quem sabe no dia de
Páscoa. Um relacionamento afetivo vai surgindo entre elas, pois tinham um ponto
em comum, o amor a Giuseppe. O filme é cheio de simbolismos, imagens estáticas
de coisas materiais, como paredes, portas, objetos, uma cortina que voa ou a
natureza tranquila, como o magnífico lago perto da mansão. Os dias vão passando
e Giuseppe não aparece para agonia de Jeanne e alívio de Anna, que se reconhece
na jovem francesa de perfeito italiano como ela mesma. O longa é lento, triste
e contemplativo, só para quem gosta desse
tipo de filme. Expressões, lágrimas e afinidades falam mais do que as palavras.
Ótimo programa, com atuação soberba de Binoche e Laâge, que dão uma grande
intensidade ao filme.
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