domingo, 19 de fevereiro de 2017

TONI ERDMANN DE MAREN ADE



TONI EDERMANN, ALEMANHA, ÁUSTRIA, 2017, 182 MIN. TRAGICOMÉDIA.
ELENCO:
PETER SIMONISCHEK – WINFRIED CONRADI E TONI ERDMANN
SANDRA HULLER –  INES CONRADI
MICHAEL WITTENBORN –


A diretora Maren Ade tinha a intenção de filmar uma história entre o relacionamento pai e filha. Seu foco não era uma comédia, mas um drama. Entretanto, durante o processo da filmagem perceberam que se tratava de uma comédia e ela topou o desafio, que só poderia ser executado por uma mulher. Winfried é um senhor alemão bonachão e muito bem humorado, além de feliz com sua vida de professor de música para adolescentes e voluntário em um asilo de idosos. É um piadista nato, gosta de contar mentiras e desempenhar vários papéis em sua vida privada. Bom filho visita a mãe regularmente, mas a família não o aceita como é. Precisava ser mais germânico! Sua filha é agora uma importante executiva. Seu oposto, ambiciosa, focada no que faz, muito moderna e sem escrúpulos de puxar o tapete dos colegas ou demitir pessoas para obter melhores resultados à sua firma. Mora longe do pai, na capital do Romênia, país de grandes contrates sociais gerados pelo regime comunista. Ela tem grande admiração pelo CEO e seu chefe, sendo capaz de qualquer coisa, mesmo, para satisfazê-los e galgar postos mais altos.  Ines mora em Bucareste em um apartamento pequeno, mas confortável. Leva uma vida rígida, sem grandes emoções, além das profissionais e se leva demasiadamente a sério. Seu pai, após a morte de se amado cachorro, resolve visitá-la, sem aviso. Chega de supetão causando vários constrangimentos em sua vida profissional, mas de certa forma agrada o temível CEO e sua mulher. Depois disso, resolve partir para alívio dela. Entretanto, assume o alter ego de Toni Erdmann, muito pior que ele, pois se passa por um embaixador alemão e especialista em conselhos de vida, usando uma peruca preta e uma dentadura com grandes dentes, horríveis. É o surreal que entra nessa divertida tragicomédia, que apesar de longa, não cansa, ela flui. Seu objetivo é humanizar sua filha, em situação tão diferente de sua infância. Ele lhe parece um perdedor e Ines tem horror a esse tipo de pessoa. O filme, na realidade, é uma crítica ao neoliberalismo e à globalização. Ines sofrerá muito, mas talvez encontre, ainda, uma criança dentro de si mesma. Ótimo, indicado como melhor filme estrangeiro ao Oscar de 2017.

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