sexta-feira, 23 de novembro de 2018




A CASA QUE JACK CONSTRUIU DE LARS VON TRIER
THE HOUSE THAT JACK BUILT, DINAMARCA, 2018, 155 MIN., DRAMA

ELENCO:
MATT DILLON – JACK
BRUNO GANZ – VIRGILIO, AUTOR DE ENEIDA
UMA THURMAN – LOIRA DA ESTRADA

Esse filme de Lars Von Trier é composto de cinco partes e um epílogo. Não espere que seja um filme apavorante e muito inspirado, não está em seu melhor. O protagonista, que se diz engenheiro com alma de arquiteto pelo seu gosto pela beleza, quer construir a casa perfeita. Comunica-se com Virgílio, em um diálogo que ouvimos e veremos esse personagem somente no final. Supomos que se trata do poeta clássico romano, autor de Eneida. Virgílio o leva por um longo caminho e diz que todas as pessoas que o percorrem costumam falar de si mesmas. É quando realmente começa o filme. Jack está dirigindo um grande e velho furgão vermelho, quando é interrompido na estrada por uma loira (Uma Thurman) que, estando com o pneu de seu carro furado, pede insistentemente que ele a leve a um borracheiro. Ela é bastante irritante e acaba sendo assassinada com seu próprio macaco. Sua primeira vítima vai ser desovada em um recinto velho com um enorme freezer. Jack sofre de TOC e tudo para ele tem que ser perfeito. A segunda vítima é uma namorada viúva com dois filhos. A cada assassinato ela se acha mais brilhante e perfeito se intitulando  Sr. Sofisticação. São cenas com humor, pois querendo deixar tudo primoroso e sem rastros, volta constantemente ao lugar do crime para deixá-lo o mais limpo possível, chegando ao máximo de ao mesmo tempo em que mata sua vítima arruma o quadro da parede que está torto! Com o tempo seu TOC melhora e vai direto ao ponto por longos anos. Virgílio não se impressiona com suas narrativas, nem com os inúmeros projetos de casa que vai modificando a cada assassinato. A verdade é que falta carisma a Matt Dillon e ele não consegue convencer, tampouco a narrativa. O filme vira uma farsa. O melhor do longa é o epílogo, quando sentimos as fraquezas do personagem e sua tentativa de salvação. O cenário é nada menos que uma descrição da mais importante obra de Dante Alighieri. Há diversas cenas relacionadas a quadros famosos. O filme é longo, mas para quem é seu fã ardoroso vale pela tentativa e o inusitado de algumas cenas. 

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