sábado, 29 de novembro de 2008

REDE DE INTRIGAS De Ridley Scott




























Primeira cena: O principal chefe de um grupo terrorista mais recente do que a Al Qaeda, está transmitindo, por meio de vídeos caseiros, uma mensagem para seus seguidores apelando para a destruição dos ocidentais, que os feriram com sangue e eles deveram derramar seu sangue também, até que desapareçam da fase da terra. Um atentado é realizado em Sheffield, outro em Manchester, Inglaterra, naqueles instantes com centenas de feridos. No quartel general da CIA, seu homem mais importante, Ed Hoffman (ótimo Russel Crowe) está em frente a um telão, em uma sala equipada com a mais alta tecnologia, vendo e rastreando todos os passos de seus inimigos e de seu principal agente no Iraque, Roger Ferris (excelente Leonardo Di Caprio), que esta tentando ganhar um luta inglória contra o terrorismo. Ele fala árabe fluentemente, veste-se como um muçulmano e constata o porquê da superioridade dos inimigos. Apesar da falta de tecnologia, a guerra está se arrastando pelo método empregado: trocas pessoais de informações por escrito, fanatismo religioso e obstinação em vencer o ocidente. Ferris é ótimo no que faz, contudo é teleguiado, literalmente, por seu chefe, que estando com a família nos estados Unidos, não se separa jamais de um fone de ouvido, com o qual determina cada passo a ser dado pelo agente. Ferris propõe que façam o mesmo que os orientais, ou seja, não sejam um alvo fácil e organizado, com o eram, pois estavam sempre agindo com previsibilidade e método claro. Sendo enviado para Amã, pois outros atentados ocorreriam, comunica-se diretamente com o chefe da inteligência jordaniana, Hani (Mark Strong), que se considera no mesmo nível de sua majestade. Para que sejam parceiros e sócios era preciso que a confiança mútua fosse total, sem mentiras e dados ocultos, pois isso custaria caro a Ferris. Concordando com as exigências, descontrola-se por vezes, pois Hoffman, de seu confortável escritório com ar condicionado, ou da escola dos filhos, contradiz muitas das ações de seu agente, a fim de pegar o chefe terrorista, que já explodira várias pessoas, inclusive, no mercado de flores de Amsterdã. As informações e contra informações são o principal empecilho na boa execução dos planos de Ferris, que não sabe exatamente o que ocorre nos bastidores americanos e jordanianos. Após muita reflexão ele elabora um plano para pegar Al Salim, pois apesar de nunca declarar sua autoria nos atentados e se manter incógnito, era um homem culto, que estudara em ótimas escolas, inclusive nos estados Unidos, onde completara um PHD. Sendo assim, Ferris supõe que tenha um ego muito elevado e que se eles cometessem um falso atentado terrorista, divulgando o nome de um testa de ferro, que não saberia de sua posição e assim, se sentido insultado Al Salim comunicar-se-ia com essa célula terrorista e seria, talvez, descoberto e preso. Durante uma de suas missões suicidas, na Jordânia, precisamente em Amã, Ferris é mordido por cães raivosos e levado a uma clínica para que tome vacinas contra raiva. A enfermeira que o atende é enigmática e linda! Obviamente que um pouco de romance não poderia faltar. Volta a tomar as injeções e a convence de conversarem a sós por uns instantes. Os dois se gostam desde a primeira vez, e ambos estão se divorciando. Um pequeno “romance” se é o que podemos dizer, se inicia. TUDO, absolutamente TUDO, que ele faz é visto pelas câmeras americanas, com diversas imagens de satélite, que podem ser aproximadas quantas vezes sejam necessárias. O testa de ferro escolhido é um arquiteto jordaniano e muçulmano, Omar Sadiki, homem que gosta de dinheiro e freqüentador de uma igreja da Consciência Universal, ou algo parecido com esse nome. Ele e um advogado de terceiro escalão da Al Qaeda, serão as iscas para detonar o paradeiro de Al Salim. Omar é contratado por Ferris para ir ao Kuait, a fim de realizar uma obra, que seria o chamariz. O nome da operação é Ninho de Figo e será realizada na Turquia. O local a ser detonado é Incirlik Air Base, onde seriam colocados mortos não resgatados, como se fossem soldados que haviam sido explodidos junto com as bombas. O esquema dá certo e várias mensagens de e-mail, em teclado árabe, são enviadas para o computador de Omar, por membros da Al Qaeda. Desnorteado, some, mas é aprisionado por um grupo terrorista. Os americanos já sabem onde está Al Salim, pois havia comido a isca ao ver um noticiário pela televisão. Contudo Ferris, um pessoa ética, quer resgatá-lo e protegê-lo, mas antes que consiga, ele seria aprisionado. Ao sair de um local é seguido por terroristas e seqüestrado por homens de Al Salim. Hoffman acha que todas essas mortes e torturas são totalmente normais, pois aquilo era uma guerra. UMA GUERRA? Só para os árabes e os soldados americanos, pois para os agentes da CIA, não passava de um jogo de videogame. Ferris é abandonado por Hani, que lhe declara que fora traído e sozinho é elevado para o meio do deserto, para ser trocado pela jovem Aisha, que havia sido seqüestrada pelos árabes, em troca de sua pessoa. Deixado em baixo de um sol causticante, no deserto de pedras, é circundado por quatro carros de Al Salim, que dirigindo em círculos em volta do jovem, provocam uma massiva poeira, que impossibilita a visão dos satélites americanos. Saindo cada carro em uma direção diferente, Hoffman “despede-se” de Ferris, pois não sabia qual dos carros seguir! Ele é brutalmente flagelado por Al Salim e seu grupo, pois sendo o principal agente da CIA no oriente médio, querem que lhes forneçam informações. Seus dedos são quebrados com martelados e seu corpo colocado em uma cama com um enorme prego, sua cabeça atingida diversas vezes. Subitamente ouvem-se tiros de metralhadora e Ferris é resgatado por Hani, o chefe da inteligência jordaniana. Ele é que havia seguido o carro certo e salvo, apesar da mazelas, sua vida. Mas ele também havia seqüestrado a enfermeira, para que servissem de isca para achar Al Salim, o qual agora já era seu prisioneiro. Hoffman quer que Leonardo volte para os Estados Unidos ou continue como agente secreto, caso contrário estaria voltando as costas à sua pátria, desse modo seria deixado por conta própria e esquecido. Todavia sua escolha é bem outra. Claro, o bom moço permanece em Amã perto de sua amada, que já se encontrava solta e trabalhando com seus doentes. Imagens de satélites são mostradas até que fiquem pretas e longínquas. FIM!
Sobre o filme
Os atores são muito convincentes, principalmente Crowe, DiCaprio e o ator inglês Strong. A história inverossímil nos atrai, mas é uma colossal bobagem, que não define o que é realmente uma guerra terrorista, como a que temos hoje em dia. É um filme para pessoas suscetíveis, pois apesar das mortes e flagelos, os atores aparecem no dia seguinte com um leve roxo nos olhos e alguns pontos no rosto. Francamente a maquiagem poderia ter sido bem melhor. Como diversão é de primeira linha. Baseado no romance Body of Lies, de David Ignatus. Vários atores árabes fazem parte do ótimo elenco.

Nenhum comentário: