segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

AMOR DE MICHAEL HANEKE



AMOUR, ÁUSTRIA-FRANÇA-ALEMANHA, 2012, DRAMA, 127 MIN.

ELENCO:

JEAN-LOUIS TRINTIGNANT – GEORGE

EMMANUELLE RIVA – ANNE

ISABELLE RUPPERT – FILHA

Diretor de fitas excelentes como Caché e Fita Branca, Michael Haneke ganhou a Palma de Ouro de melhor filme com Amour e é indicado para o Oscar como melhor filme, direção, roteiro original e atriz para Emmanelle Rivas, atriz francesa de 85 anos. É um drama realista, sem nenhuma cogitação de mostrar idealizações, sobre um casal octogenário que se amam profundamente, se respeitam e levam uma vida confortável em um apartamento grande e bem acolhedor em Paris. O mobiliário é clássico e as poltronas gastas de veludo têm qualidade. Há vários livros nas prateleiras e um belíssimo piano de calda, pois ambos são músicos aposentados. O filme começa pelo final, quando policiais arrombam o apartamento e abrem as janelas devido ao mau cheiro. Em seguida, estamos em um teatro onde haverá um concerto de piano, no qual eles estão presentes entre os espectadores. Depois disso, vão cumprimentar o músico e, em seguida, voltam para casa de ônibus, sem nenhum problema. Aparentemente são saudáveis e independentes, até que durante o café da manhã, no dia seguinte, Anne tem um mal súbito e sai do ar. A partir daí suas vidas serão viradas do avesso, pois ela está doente, sem previsão de cura. A dura rotina começa a se instalar nesse lar, mas George e Anne não querem compaixão, querem continuar vivendo juntos, com dignidade. A situação vai se deteriorando e o constrangimento de Anne aumenta por sua dependência de George, que tem um comportamento impecável e cheio de ternura. A enfermidade progride depressa, extenuando George, que além do mais tem de lidar com uma filha ausente, que só atrapalha com preocupações para as quais não colabora. O desempenho da finitude de Anne, como ser humano, é representada com um talento fora do comum por Emmanuelle e Jean-louis Trintignant está soberbo como um octogenário firme, mas com dificuldades físicas naturais da idade avançada. O roteiro é surpreendente pela exatidão das emoções e atitudes tomadas nesses momentos finais de uma velhice com dor e sofrimento. Teremos um acidente de “violência piedosa” por parte de George, que marca definitivamente o final da trama. Fantástico, Michael Haneke está em seu auge como diretor e roteirista dessa obra prima.

 

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