AMOUR, ÁUSTRIA-FRANÇA-ALEMANHA, 2012, DRAMA, 127 MIN.
ELENCO:
JEAN-LOUIS
TRINTIGNANT – GEORGE
EMMANUELLE
RIVA – ANNE
ISABELLE
RUPPERT – FILHA
Diretor de fitas excelentes como
Caché e Fita Branca, Michael Haneke ganhou a Palma de Ouro de melhor filme com
Amour e é indicado para o Oscar como melhor filme, direção, roteiro original e
atriz para Emmanelle Rivas, atriz francesa de 85 anos. É um drama realista, sem
nenhuma cogitação de mostrar idealizações, sobre um casal octogenário que se
amam profundamente, se respeitam e levam uma vida confortável em um apartamento
grande e bem acolhedor em Paris. O mobiliário é clássico e as poltronas gastas
de veludo têm qualidade. Há vários livros nas prateleiras e um belíssimo piano
de calda, pois ambos são músicos aposentados. O filme começa pelo final, quando
policiais arrombam o apartamento e abrem as janelas devido ao mau cheiro. Em
seguida, estamos em um teatro onde haverá um concerto de piano, no qual eles
estão presentes entre os espectadores. Depois disso, vão cumprimentar o músico
e, em seguida, voltam para casa de ônibus, sem nenhum problema. Aparentemente
são saudáveis e independentes, até que durante o café da manhã, no dia
seguinte, Anne tem um mal súbito e sai do ar. A partir daí suas vidas serão
viradas do avesso, pois ela está doente, sem previsão de cura. A dura rotina
começa a se instalar nesse lar, mas George e Anne não querem compaixão, querem
continuar vivendo juntos, com dignidade. A situação vai se deteriorando e o
constrangimento de Anne aumenta por sua dependência de George, que tem um
comportamento impecável e cheio de ternura. A enfermidade progride depressa,
extenuando George, que além do mais tem de lidar com uma filha ausente, que só
atrapalha com preocupações para as quais não colabora. O desempenho da finitude
de Anne, como ser humano, é representada com um talento fora do comum por
Emmanuelle e Jean-louis Trintignant está soberbo como um octogenário firme, mas
com dificuldades físicas naturais da idade avançada. O roteiro é surpreendente
pela exatidão das emoções e atitudes tomadas nesses momentos finais de uma
velhice com dor e sofrimento. Teremos um acidente de “violência piedosa” por
parte de George, que marca definitivamente o final da trama. Fantástico,
Michael Haneke está em seu auge como diretor e roteirista dessa obra prima.
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