sábado, 26 de janeiro de 2013

O MESTRE DE PAUL THOMAS ANDERSON


 
THE MASTER, EUA/2012, DRAMA, 144 MIN.

ELENCO:

PHILIP SEYMOUR HOFFMAN – LANCASTER DODD

JOAQUIN PHOENIX – FREDDIE QUELL

AMY ADAMS – ESPOSA MESTRE

LAURA DERN

Com três indicações para o Oscar, melhor ator, melhor ator e atriz coadjuvante, Anderson nos conta uma história com desempenhos fantásticos de seus personagens. Phoenix incorpora um ex-marinheiro combatente da Segunda Guerra Mundial de arrepiar.  Sua postura corporal, principalmente, é totalmente alterada, com ombros para frente, coluna e costelas que se curvam para quase uma corcunda e a magreza impressionante, mas seu rosto é o que fala mais. Hoffmann como líder religioso carismático e místico, que arregimenta fiéis para sua seita, vai da fúria a docilidade em segundos e acredita no que está representando. Amy, linda, também está impecável. O filme começa com jovens marinheiros em guerra, divertindo-se em uma praia e construindo uma escultura de areia representando uma mulher nua deitada. Seus seios e tudo o mais são perfeitos. Freddie (Phoenix) está distante, observando, mas quando se junta aos outros, tem um comportamento bizarro com relação a ela.  Nesse momento está sendo anunciado o final da guerra e todos poderão partir para suas casas. Observamos que o protagonista, alcoólatra com um comportamento arredio e distante, está sem destino. Todos deverão passar por exames médicos e mentais pela tragédia que presenciaram e participaram. Freddie é único em suas reações. Empregado como fotografo em um grande Magazine, perde o cargo por agredir um cliente. De lá, também se dá mal como agricultor e desesperado caminha em direção ao cais, seu meio. Preparador de drinques fortíssimos, bêbado, acorda em um navio, levado inconsciente para uma cabine. Esse navio é comandado por Lancaster Dodd, que se reconhece como cientista, médico, filósofo e escritor. Isso se passa em 1950, quando várias seitas são “construídas” no país. Ele quer que o instável Freddie seja sua cobaia e seu parceiro para seus experimentos religiosos, que consiste em sessões de hipnotismo a fim de chegarem a vidas passadas, algumas quando nem existiam homens no nosso planeta. A recompensa é uma saúde perfeita e uma vida sem traumas passados. O barco é o refugio para escrever e pensar. Em terra toda família, que agora inclui Freddie, parte para exibições entre a sociedade mais endinheirada. Seus métodos são bastante discutíveis e chega a ser enviado para a prisão em Filadélfia e fora também confrontado por um médico em Nova York. Freddie está tão deslumbrado com seu mestre que aniquila seus opositores. Dodd acredita que pode salvá-lo de si próprio e seu alcoolismo. Essas cenas de envolvimento de Freddie com sua família são fortes e excepcionais.  O filme trata do poder de dominação e convencimento de outras pessoas por um mestre, que, neste caso, foi inspirado na vida de L. Ron Hubbard, fundador da Cientologia, muito popular entre os astros de Hollywood no momento, como ator Tom Cruise. Apesar de todas as suspeitas de fraude e domínio, Lancaster Dodd consegue ter certo sucesso. Freddie é livre e abandona seus companheiros para voltar a morar sozinho, indo visitar seu grande amor de juventude, que antes não ousara fazê-lo. Recebendo inesperadamente um pedido de socorro do Mestre, chega à Inglaterra, onde haviam conseguido abrir uma escola majestosa. No terço final,  você verá atuações surpreendentes que não vão decepcioná-lo. Em minha opinião é uma história não muito incomum, mas o desempenho dos atores e a excelente direção, roteiro e fotografia do diretor do famoso Sangue Negro, fazem toda diferença. Programão.

 

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