domingo, 10 de fevereiro de 2013

O VOO DE ROBERT ZEMECKIS



FLIGHT, EUA/2013, 92 MIN. AÇÃO/DRAMA.

ELENCO:

DENZEL WASHINGTON - CAPITÃO WHIT WHITAKER

DON CHEADLE

JOHN GOODMAN

O diretor de O Voo, o criativo Robert Zemeckis, dirigiu vários longas de sucesso, entre eles Forrest Gump, De Volta para o Futuro, Uma Cilada para Roger Rabbit e O Naufrágio. Depois dirigiu três animações infanto-juvenis. Agora seu novo trabalho concorre a dois prêmios Oscar, de melhor ator e roteiro original. Este conta a história de um capacitadíssimo piloto, interpretado com maestria por Denzel, alcoólatra enrustido há anos e usuário de drogas. O filme começa com ele e uma comissária de bordo, belíssima, em um hotel, depois de beberem e fumarem muito. A cena é interrompida por um telefonema de sua ex-mulher que quer colocar o filho deles em uma escola mais qualificada. Depois de uma noite mal dormida, de ingerir restos de cerveja quente e cheirar cocaína, com o estômago vazio, apresenta-se para pilotar um avião com 102 passageiros em um voo de 52 minutos de Orlando a Atlanta.  Meio zonzo, apresenta-se ao copiloto que insiste em saber se está bem. Tudo resolvido levanta voo em uma aeronave velha, com peças de manutenção duvidosa. Esses minutos iniciais do filme são muito tensos, deixando o espectador ligado no desenrolar da história. Ao se aproximarem de uma tempestade, que é na verdade uma tormenta fortíssima, sua capacidade é posta a prova. Sempre ligado à torre de comando, descreve o que está ocorrendo com uma frieza e controle fora do normal. Será devido ao coquetel? Perguntei-me. Arrisca uma manobra dificílima, que outros pilotos haviam tentado em simulações sem sucesso, e consegue aterrissar em um planalto, onde havia uma igrejinha, mas parte do avião pega fogo. Na próxima cena o vemos vivo, em um hospital, assistido por um médico e um importante membro de seu sindicato, ex-piloto.  Salvara a vida de 96 pessoas, mas um pequeno número havia sucumbido à queda, inclusive sua parceira de cama e trabalho. Mesmo sendo considerado um grande herói pela mídia, ronda sobre ele a acusação da ingestão de álcool e drogas, apontadas em seu exame de sangue. Mas Whit não é o tipo de homem que se deixa esmorecer, muito menos aceitar sua condição de viciado, apesar de ter encontrado conforto, no hospital, da jovem Nicole também usuária como ele, mas que vai buscar ajuda no AA. Quando participa de uma única sessão sai enfurecido, pois não batia com seu perfil. Sua família não fala com ele, mesmo seu jovem filho. Cercado por denuncias e suspeitas, vê-se amedrontado por ser obrigado a largar a profissão, que vinha desde seu avô, e ir parar na prisão por vários anos. O advogado do sindicato é muito competente e consegue limpar sua barra, mas no dia da audiência, depois de muita pressão e tentativas de manobrar os fatos, temos um final inesperado e didático. Alguns críticos acharam piegas. A atuação de Denzel Washington como um homem já mais velho e corroído pelo vício, que precisa passar a língua dentro da boca o tempo todo em busca de saliva, é fantástica. Esse ator está amadurecendo com papéis sempre muito apropriados por sua capacidade de tornar-se vários interpretes muito diferentes uns dos outros. Programão!

 

 

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