FADING GIGOLO, EUA, 2013, 90 MIN. COMÉDIA.
ELENCO:
JOHN
TURTURRO – FIORAVANTE
WOODY ALLEN
– MURRAY
SHARON STONE – MÉDICA
VANESSA PARADIS – VIÚVA
SOFIA VERGARA
LIEV SCHREIBER – AGENTE DE SEGURANÇA
Parceiros no cult Hannah e Suas
Irmãs, há quase três décadas, os dois ótimos diretores retornam nessa comédia
dramática, agora com Woody Allen como ator sempre impecável. A história gira em torno de universos
femininos bem diferentes, as ocidentais “bem resolvidas” e as judias ultra
ortodoxas. Murray (Woody) é dono de uma loja de livros, Rare and Used, que
pertence à família por gerações e está sendo vendida por falta de clientela.
Tem um amigo mais jovem, Fioravante, e
ambos estão mal de dinheiro. Conversa vai, conversa vem, Murray ao examinar bem
o amigo, que é florista, alto, esbelto e dono de mãos grandes e delicadas,
decide fazer-lhe uma proposta indecente para colocarem a vida financeira em dia.
Eles moram na zona israelita do Brooklin e são bem conhecidos no pedaço. Seria
o seguinte: como Fioravante é boa pinta, apesar de não ser um George Clooney e mais
para um Mick Jagger, poderia com sua experiência e sexualidade tornar-se um
acompanhante de mulheres solitárias e ganhar um bom dinheiro com isso. Murray
seria o cafetão, com uma boa porcentagem de ganho. Apesar da timidez, nosso
amigo topa a parada e se sai muitíssimo bem com a médica dermatologista, Sharon
Stone. A notícia espalha-se de boca em boca, assim sua clientela está formada e
os dois faturando algum dinheiro. Essas clientes são pessoas muito sozinhas e
encontram consolo com esse homem sensual e delicado. Essa é a verdadeira pegada do filme, a
solidão feminina. Eles são continuamente vigiados pela comunidade judaica que
estranha o vai e vem. O agente de segurança do local está de olho neles e
acabam levando Murray a um tribunal de rabinos ultra ortodoxos, pois desconfiam
que esteja desvirtuando uma jovem viúva com seis filhos. Ela é a flor não
desabrochada do filme, viúva que mesmo tendo sido casada e com tantos partos,
jamais fora tocada. Fioravante vai se interessar muito por ela e fazê-la
despertar para a vida. O final é muito bem pensado, pois apesar de tudo ter
sido iniciado por uma necessidade, quem sabe daria certo. As diferenças
culturais entre esses dois grupos de mulheres ainda é assustador, pois vão a
extremos bastante opostos e nunca satisfatórios. Ótimo programa para os fãs dos
dois diretores-atores e uma boa oportunidade de reflexão para as mulheres
atuais. O desabrochar é importante?
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