domingo, 15 de fevereiro de 2015

IDA DE PAWEL PAWLIKOWSKI





IDA, POLÔNIA, DINAMARCA, FRANÇA, INGLATERRA, 2013, 82 MIN. DRAMA
ELENCO:
AGATA TRZEBUCHOWSKA – IDA, ANNA
AGATA KULESZA – WANDA
Dirigido pelo polonês Pawel Pawlikowski este belíssimo filme foi indicado ao Oscar como melhor filme estrangeiro e a espetacular fotografia em preto e branco também foi indicada ao premio Oscar. As imagens possuem um tratamento especial em uma tela quase quadrada, com momentos de “concurso de fotografias”, onde o escuro quase sempre prevalece, mas o claro quando surge é com força total. A triste história, contada com sobriedade e contenção, é sobre uma noviça órfã, Anna, que, antes de fazer seus votos finais, é convidada pela madre superiora a visitar sua tia que surgira e queria revelar fatos sobre seu passado. Trata-se de Wanda, uma juíza e promotora da Polônia comunista de 1962. É uma mulher muito solitária e viciada em álcool, que logo que vê a jovem revela, sem meias palavras, que é uma freira judia. Seu nome verdadeiro é Ida Lebenstein e fora salva do massacre por ser menina e bebê. Depois disso resolvem ir atrás do passado de ambas, cujos parentes foram assassinados naquela época e não se sabe onde foram enterrados. Róza, a mãe de Anna, era muito doce e sua filha era sua imagem perfeita. Indo parar em uma aldeia, vão direto a casa onde moravam durante a Segunda Guerra Mundial. Hostilizadas pelos atuais proprietários que dizem não saber de nada, seguem atrás de outras pistas. Ida é exposta ao mundo exterior que nunca conhecera, mas se mostra curiosa em ver como essas pessoas vivem. A tia é boêmia, gosta de homens e música abrindo para a sobrinha um mundo bastante diverso do qual estava acostumada. Depois de várias lutas, conseguem localizar os restos mortais e os enterram no túmulo do cemitério israelita da família. Tudo muito instigante e sóbrio. Ida tem a oportunidade de conhecer um sensível músico de sua idade e uma atração parece surgir. Contudo as coisas não saem exatamente como gostaria Wanda, mas tendo se afeiçoado muito a garota, quer que seja feliz. O desenrolar do roteiro é comovente e muito bem finalizado. Ótima oportunidade para ver uma história com tom muito verdadeiro e infeliz, entretanto envolvida por belíssimas imagens e interpretações contidas e impecáveis.   

Nenhum comentário: