LOVE AND FRIENDSHIP, USA, IRLANDA, INGLATERRA, FRANÇA,
HOLANDA, 2016, 92 MIN. ROMANCE
ELENCO:
KATE
BECKINSALE – SUSAN VERNON
CHLOE
SEVIGNY – ALICIA JOHNSON
XAVIER
SAMUEL – REGINALD DECOURSY
MORFYDD CLARCK – FREDERIKA VERNON
Esse é um dos
melhores trabalhos da escritora inglesa Jane Austin (1775-1817), escrito
durante sua adolescência e nunca publicado por ela. Pouco conhecido, somente em
1871 chega sua primeira publicação. Esta obra é um treino, uma paródia das
outras que virão descrevendo com perfeição a sociedade da época, seus medos e
emoções. O sagaz diretor Whit Stillman
emprestou o título Love and Friendship de outro romance, mas a história é da
novela Lady Susan. Para apresentar essa personagem, divinamente representada
por Kate Beckinsale, farei uma introdução. Trata-se de uma admirável viúva
recente, com pouco menos de 40 anos, possuidora de beleza, inteligência e
raciocínio muito ágeis, que lhe conferem um poder de manipulação e mentira
espetaculares. Coquete, não tem a menor consideração por ninguém, a não ser por
ela mesma. Enviuvando e sem posses, planeja um rico casamento para si mesma, ao
mesmo tempo, outro para sua frágil
filha, Frederika, que se encontra em um pensionato para jovens. Ela sente
enorme atração por Lorde Manwaring, mas este é casado. Isso não seria nenhum
problema, já que é imoral. Para sua filha escolhe o riquíssimo caipira James
Martin. Lady Susan assalta a família do marido, amigos e inimigos para
conseguir sua escalada social. Saindo de Londres, onde tem sua melhor amiga, Alicia
Johnson casada “com um homem velho demais para ser interessante e jovem demais
para morrer”, chega à casa da cunhada sem avisar, assustando os moradores. Era
conhecida por sua rasa moral, assustando toda família, menos o irmão caçula,
Reginald DeCoursy, herdeiro rico que acaba se apaixonando pela ardilosa
personagem. Mesmo querendo Lorde Manwaring, resolve tentar se assegurar com o
jovem Coursy, tendo assim dois pretendentes. Frederika foge do internato,
aparecendo na casa dos Vernons, na sossegada Churchhill, sendo muito
hostilizada pela mãe, que teimava em casá-la com o homem que a garota mais
detestava. Os diálogos, logo no início, são incrivelmente rápidos, com
apresentações dos vários personagens que quase nos perdemos. Seu grau de maledicência
é tão grande que o herdeiro caçula a saúda dizendo “sua fama a precede”. Com
inteligência e virulência vai torcendo tudo o que dizem a respeito dela e de
sua filha, deixando o jovem caído por ela. Frederika gostaria de casar com
Reginald, mas acaba foragida na casa dos pais da tia, enquanto Susan e Alicia
tecem suas teias. Seu principal pretendente nunca é esquecido. Apesar de a
realidade mostrar a verdadeira Susan, ela faz com que acreditem ser uma mulher
honrada. Esses diálogos são muito divertidos e sem qualquer ética, mas na reta
final, Alicia Johnson, lhe dará um conselho completamente inovador, mudando a
trama, que irá apaziguar a família e, de quebra, a viúva ficará com tudo o que
sempre quis - um marido milionário e um maravilhoso amante. Imperdível pelo
enredo, agilidade e mensagem de época que traz. Ainda é um caminho atual.
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