A HOLOGRAM FOR THE KING,
USA, INGLATERRA, FRANÇA, ALEMANHA, MÉXICO, 2016, 98 MIN., DRAMA
ELENCO:
TOM HANKS -
ALAN CLAY
SARITA
CHOUDHURY – DRA. ZAHRA
BEN WHISHAW
Os títulos em português muitas vezes matam o filme. É o caso de Um Holograma para o Rei, versão correta
do título original. Tem-se a impressão de uma comédia ligeira como o
traduziram. Baseado no romance de Dave Eggers, Tom Tikwer (de Corra, Lola,
Corra) dirige e roteiriza esse filme, um pouco esquematizado, comentando os
problemas de globalização e as demissões em massa na crise norte-americana. Tom
Hanks interpreta e humaniza muito bem esse personagem em crise no trabalho e em
seu casamento desfeito, deixando sua filha sem poder cursar uma universidade.
Colocado contra a parede vai para a Arábia Saudita, a fim de vender um software
de transmissão holográfica (três dimensões) ao rei do país. Lá chegando
sente-se isolado de tudo por não falar uma palavra de árabe e estar sozinho.
Sua equipe já havia chegado. As primeiras cenas, em que desconfia do chofer e
seu ajudante, são divertidas com olhares preocupados para todos os lados.
Querendo relaxar pede uma dose de uísque, mas o país proíbe venda de álcool e
por incrível que pareça vai passar boa parte do filme embebedado. Como
metáfora, veremos que logo que se despe no hotel tem um calombo nas costas,
como se fosse seu destino incerto, que só faz aumentar de tamanho com o passar
do tempo. Para chegar ao trabalho Clay é obrigado a contratar um taxista que
também servirá como guia e amigo. Falava inglês fluente por ter estudo nos
Estados Unidos. Seu trabalho fica a uma hora do hotel, viajando em um carro
velho no meio do deserto, onde “sua majestade” pretendia levantar uma cidade. Instalada
em uma grande tenda preta, sem ar condicionado e fraco sinal de Wifi, a pequena
equipe está insatisfeita. Acostumado ao sistema americano de eficiência, Clay
vai direto ao chefe para reclamar das condições em que se encontram. Mas o
chefe árabe e o rei nunca estão, viajam compulsoriamente e não há para quem
reclamar. Por acaso conhece o encarregado de recebê-lo, entretanto nada muda.
Tudo é imenso, deserto de pessoas e inadequado para os padrões ocidentais. O
tempo perdido pouco conta, assim como o pragmatismo. Em dado momento, o calombo
das costas infecciona. Levado ao hospital tem a sorte de ser tratado pela bela
e sensível médica sunita, Sahra. Tudo muito constrangedor e com espírito de
aventura. Não por acaso eles começam a se entender muito bem. Amor não poderia
faltar neste típico filme americano. O rei finalmente chega e a apresentação em
três dimensões é um sucesso. Certo de finalizar o contrato advém um acidente de
percurso e como bem cita o crítico de cinema, Orícchio, do Estado de São Paulo
o resultado “acaba sendo um verdadeiro negócio da China.” Divertido, com final
inesperado. Bom programa.
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