terça-feira, 2 de agosto de 2016

MÃE SÓ HÁ UMA DE ANNA MUYLAERT




BRASIL, 2016, 82 MIN. DRAMA
ELENCO:
DANI NEFUSSI – MÃE
NAOMI NERO – PIERRE/FELIPE
MATHEUS NACHTERGAELE – PAI


Neste ótimo drama familiar, a diretora paulista Anna Muylaert apresenta um trabalho envolvendo duas famílias, de maneira neutra, após o sucesso de Que Horas Ela Volta? O filme começa com um jovem dançando com um rapaz, depois beijando e transando com uma garota sem qualquer problema. Ele é adolescente de 17 anos e está procurando sua verdadeira identidade de gênero, assim como sua sexualidade, fluindo entre as duas. Em casa tem uma mãe amorosa, que não se mete com sua vida e uma irmã mais jovem, por quem é muito apegado. Faz parte de uma banda de garagem e pinta as unhas das mãos sem problemas, sua família não está interessada nesse detalhe. A tia e prima de seu pai já falecido tampouco. Na intimidade de seu quarto veste roupas de mulher e se fotografa com elas. Sem qualquer aviso é chamado para fazer um exame de DNA, pois sua filiação não é garantida. Começa a desestruturação de sua personalidade. Atormentado, assiste a prisão da mãe, pois ela o sequestrara ainda na maternidade, assim como sua irmãzinha. A nova família levara 17 anos de buscas incessantes para encontrá-lo. Logo em seguida vem a família da irmã, que passa por igual situação, mas o filme se foca na história de Pierre, baseada em um caso verídico dos anos 80 em Goiás. O rapaz é obrigado a morar com sua nova família de classe média alta, deixando para trás o lar de classe média baixa e a mãe complacente. Anna escala para papel de mãe a mesma atriz, com resultado espetacular. Na nova família também já tem um irmão mais jovem, menino sem problemas e feliz. A mãe faz o possível para deixá-lo à vontade, mas o pai é mais enérgico. Quando vão comprar roupas novas para o filho, percebem que ele não quer saber de camisas e calças masculinas, preferindo comprar um vestido. É um choque para o casal, contudo a mãe compreende que ele queira chocá-los. Todavia não é só isso, mudando de casa, muda também de sexo e passa a andar vestido de mulher, maquiado, mas com os pelos pelo corpo. Depois de um desajuste sério com eles, resolve fugir, sendo interrompido na saída do prédio pelo porteiro. Voltando, tranca-se no quarto e pega seu computador. O irmão pede para entrar e se deita ao seu lado e um belíssimo fim aberto encerra a angustiante historia. Hoje em dia, Pedro, o verdadeiro nome do herói, é advogado, feliz e espera o primeiro filho ao lado de sua companheira, morando em Brasília. O filme foi duplamente premiado em Berlim. Imperdível.





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