sexta-feira, 20 de julho de 2018

UMA CASA À BEIRA-MAR DE ROBERT GUÉDIGUIAN





UMA CASA À BEIRA-MAR DE ROBERT GUÉDIGUIAN
LA VILLA, FRANÇA, 2017, 107 MIN., DRAMA.

ELENCO:
ARIANE ASCARIDE – ANGÈLE
JEAN-PIERRE DARROUSSIN – JOSEPH
GÉRARD MEYLAN – ARMAND
FRED ULYSSE – MAURICE  - PAI

Neste belo filme que se passa perto de Marselha, sul da França, o diretor Robert Guédiguian, casado com a atriz Ariane Ascaride, explora uma região pouco mostrada pelo cinema. Ele sempre dá um cunho social em seus filmes, como retidão, ajuda ao próximo e princípios socialistas. Trata-se de uma pequena enseada pacata, com pessoas de idade que há muito vivem próximas. Maurice construiu sua casa com uma varanda magnífica, onde instalou um hotel e restaurante. Seu filho Armand está gerenciando os negócios, quando o pai fica totalmente incapacitado após um derrame. Isso determina a vinda dos outros filhos, Angèle e Joseph para que os três juntos resolvam o futuro que será dado a essa propriedade tão querida. Quando chegam estão bastante estressados e desacostumados com esse lugar que não mudou. Joseph vem com sua jovem namorada, que vai deixá-lo, mas gostaria de ver seu pai. Angèle, a caçula, tem sessenta anos e é uma atriz muito famosa, sem marido e que sofreu um golpe brutal em sua juventude naquele lugar e não gostaria de ficar por lá. Maurice e Armand são amigos íntimos dos vizinhos idosos que moram bem ao lado, pais de um médico famoso. Enfim, as pessoas são conhecidas e a chegada da família desperta um grande interesse em todos os locais. Joseph, socialista de carteirinha, tornou-se um homem bem sucedido, aposentado recentemente e com uma bela soma em dinheiro para o resto de sua vida.  O convívio entre eles é bastante interessante e aos poucos vamos descobrindo suas histórias de vida e carreira. O pai, finalmente, vai para o andar de baixo a fim de ficar  vendo a belíssima paisagem marinha e tomar um pouco de sol. Está sem falar ou compreender as coisas, contudo vai aceitando bem as mudanças. De toda a família, Angèle é a que tem o maior problema, pois perdera uma filha para o mar, enquanto estava sob a guarda do pai. Mas exatamente ela é que vai mostrar as maiores mudanças de vida e opinião. Como não poderia deixar de ser, no filme aparecem três crianças imigrantes árabes ilegais que são encontrados pelos irmãos, sozinhos, gelados e com fome, mas não pronunciam uma palavra, mesmo quando acolhidos e ajudados. O exército está atrás de imigrantes para mandá-los de volta aos seus países e questionam várias vezes a família. O destino dos melhores amigos é triste e trágico, mas coloca a história para girar. Apesar dessas pequenas tragédias, o drama é agradável e com belíssimas paisagens, além do talento desses artistas escolhidos a dedo pelo diretor. Foi nomeado para vários prêmios internacionais. Imperdível por si só e pela leveza que nos traz, diante de tantos filmes pesados em cartaz! Fique de olho na cena final que insinuará um desfecho diferente do esperado.


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