domingo, 15 de fevereiro de 2009

O LUTADOR de DARREN ARONOFSKY


















Esse excelente drama nos mostra a volta de um ótimo Mickey Rourke ao cinema e já lhe proporcionou o Globo de Ouro como melhor ator e indicação para o Oscar. O roteiro do filme aproxima-se muito de sua trajetória pessoal. A câmera de Aronofsky segue por quase todo o filme seu corpo musculoso até quase a deformidade, por drogas ilícitas – o que ocorreu em sua vida real como lutador profissional. Nas primeiras cenas voltamos para os anos oitenta, quando era famoso e idolatrado pela platéia com o nome de Ram. Vinte anos depois se encontra em declínio profissional, exibindo-se em shows de telecatch nos ginásios e clubes decadentes nas cercanias de New Jersey. Vivendo em um trailer, é adorado pelos garotos vizinhos. Em uma dessas lutas, que de ensaiado têm pouco, mas muito de violência e sangue, vencendo, mas muito agredido sofre um ataque cardíaco e vai parar em um hospital. Operado fica na Unidade de Terapia Intensiva e depois em um quarto individual. O médico que o operara recomenda que pare de lutar e tenha um nível médio de exercícios musculares. Os esteróides e drogas estão fora de cogitação. Sem saber o que fazer a não ser lutar, passa a intensificar seu trabalho em um supermercado, servindo frios para pessoas comuns ou idosas. Esse distanciamento de seu elemento faz com que se sinta extremamente solitário e tente engajar um namoro com uma stripper (ótima Marisa Tomei), que desejava começar uma vida bem diferente. Aconselhado por ela procura sua filha Stephanie (EvanRachelWood), que desde pequena vivera sem sua companhia. A garota a princípio o rejeita, mas numa segunda tentativa ela aquiesce, pois sentia falta da figura paterna. Nessas cenas vemos Mickey Rourke terno e generoso, com seu rosto deformado, abrandado pelo amor e medo da solidão. Ele até poderia ter boas chances de mudar de vida, mas após uma exposição que sofre por um cliente no seu atual trabalho, humilhado larga tudo e percebe que para viver ele teria de voltar a lutar e ter a adulação e delírio de seus admiradores. Entrando em uma luta de revanche contra o lutador Aiatolá, após vinte anos, encara com destemor as conseqüências que este ato desencadearia em sua vida. O filme é ótimo e é só Mickey Rourke, com pouquíssimas aparições dos outros bons artistas!

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