sábado, 28 de fevereiro de 2009

RUMBA –De Dominique Abel, Fiona Gordon






















França-Bélgica - Comédia
Esta jóia de filme é representada pelos próprios diretores. Trata-se de uma comédia à La Jacques Tati, onde o que importa são os movimentos absolutamente precisos e as cores e não os diálogos quase inexistentes. Começa quando Fiona, professora de inglês em uma pequena cidade, desenha um cachorro com poucas linhas no quadro negro e escreve a palavra DOG. Ela lê e pede para que seus nove alunos repitam: dog, a dog, the dog, my dog e assim por diante. Segundos depois toca o sino e as crianças saem correndo e gritando da sala de aula. Um minuto depois é a vez dos professores correrem e gritarem indo para casa, mas não Fiona e Dom, seu marido e professor de educação física. Apaixonados por músicas latinas, eles se dirigem para o ginásio da escola e começam a dançar rumba, com uma coreografia que vai do bom ao espetacular! Não há conversa. Vão para casa, comem juntos no mesmo prato, escovam os dentes juntos e vão para a cama juntos. Eles se amam e são iguais – altos, magros, esguios e estranhos. No dia seguinte levantam-se e vão para um concurso de rumba. Lá, comem um sanduíche silenciosamente até que ela dê um grito. Zero de palavras, mas vemos que se esquecera de seu vestido de malha vermelho para dançar. A ida e a volta são hilariantes, com ótimas cenas em seu pequeno carro. Chegam ao momento exato e ganham o concurso. Sem palavras. No caminho de volta, em cima de um viaduto um homem quer se matar e se prepara para morrer na linha do trem, mas ele não passa. Desce para o viaduto, então o trem passa. Corre para cima e o carro passa em baixo. Finalmente no viaduto, novamente, deixa um bilhete suicida e espera que o carro com o casal de professores o atropele e mate, contudo eles freiam e um horrível acidente acontece. O suicida não morre, mas os dois vão parar em um hospital. Ela perde um pedaço da perna e ele a memória. A partir daí preparem-se para os maiores non-sense já vistos! O ponto chave do filme, além do humor negro, é o amor que une essas duas pessoas bizarras. Ele não a reconhece e ela recebe uma perna de pau. Quando são despedidos de seus empregos, a memória mais antiga e profunda permanece e é representada por sombras escuras que bailam ao som da rumba em uma parede branca. Magnífico! Aos poucos suas vidas vão se deteriorando, mas nunca o amor deles, que supera um incêndio, um desaparecimento e uma separação de um ano. O final deste pequeno filme, 77 minutos, é excelente e é necessário esperar pelo fim dos créditos, pois o filme continua além disso. Não percam, é um aprendizado de criatividade. A dupla de diretores, ele belga e ela canadense, moram em Bruxelas e trabalham em parceria desde os anos 90. Este é o segundo longa-metragem do casal.

Nenhum comentário: