segunda-feira, 6 de abril de 2015

UM FIM DE SEMANA EM PARIS DE ROGER MICHELL




LE WEEK-END, INGLATERRA, FRANÇA, 2013, 93MIN., COMÉDIA
ELENCO:
JIM BORADBENT – NICK
LINDSAY DUNCAN – MEG
JEFF GOLDBLUM – MORGAN
Essa ótima comédia dirigida por Roger Michell é uma homenagem a Jean-Luc Godard, um dos principais diretores da nouvelle vague francesa. Trata-se da história de um casal de sexagenários, professores universitários, que ao fazerem 30 anos de casados resolvem revitalizar o casamento indo passar um fim de semana em Paris, no mesmo hotel da lua de mel. O filme também fala de como sobreviver em harmonia com a própria infelicidade e com uma “quebra” financeira para ajudar. Contudo o que conta, na realidade, é a longa e sólida parceria. Ela é atraente e fria, ele filósofo inteligente e caloroso, mas sua mulher tem “uma vagina mais impenetrável do que um livro intricado”. Ao chegarem a Paris, o hotel virou uma espelunca e resolvem ficar em outro muito luxuoso, em uma suíte presidencial, ao preço de um quarto comum. As aventuras e desventuras começam aí, onde podem abrir o coração com suas decepções e sonhos. Ela quer largar a profissão e começar vida nova, o que ele interpreta como fim do casamento, e ele revela ter sido “convidado” a se aposentar por falar, sem maldade alguma, sobre o cabelo de uma aluna negra, o tal do politicamente incorreto. Mas como acontece com os longos casamentos isso não afeta a relação. Jantam em restaurantes charmosos, tomam champanhe do refrigerador da suíte e tudo vai saindo como esperavam, mas sem dinheiro, apenas cartão de crédito. Os diálogos cortantes e cenas engraçadas sobre o sexo, que ela não praticava, são recorrentes. Uma noite encontram, por acaso, um antigo companheiro da Universidade de Cambridge, o ricaço bonitão Morgan, um escritor bem sofrível que morava em New York. Está no segundo casamento com uma jovem e os convida para um jantar em seu apartamento elegantíssimo em Paris. Ganhou dinheiro escrevendo mediocramente sobre coisas que os tolos querem ler. O susto que levam ao verem os outros jovens convidados é grande e as emoções também, pois Morgan confessa-lhe, privadamente, que sem ele não teria terminado a universidade e que ele sempre fora seu herói, o que constrange o pacato professor. Depois do jantar isso é revelado aos outros convidados e Nick se sai muito bem, contando a versão verdadeira de sua vida. O final é engraçado, contudo previsível. Tragicomédia leve que se torna perfeita para uma sessão da tarde e uma opção sobre filmes tão pesados em cartaz. Ótimas atuações. A última imagem é dos anos 70.

Nenhum comentário: